Você já ouviu falar em língua geográfica? O quadro se caracteriza pelo surgimento de manchas vermelhas e irregulares na região, o que resulta em uma imagem semelhante ao de um mapa geográfico. Embora não tenha uma causa definida, a condição pode estar associada a caráter genético e algumas doenças, como asma e rinite alérgica. Para responder às principais dúvidas sobre a língua geográfica e te ajudar a identificar os sinais mais comuns desta condição, o Sorrisologia conversou com a dentista Uila Ramos. Confira!
O que é língua geográfica?
A língua geográfica é um quadro que pode afetar de 1 a 2% da população, na sua maioria adultos. “Ela constitui uma condição bucal benigna caracterizada pela presença de áreas demarcadas por vermelhidão, concentradas na ponta e bordas laterais da língua”, explica a dentista.
Quanto às causas da língua geográfica, elas permanecem desconhecidas. No artigo Glossite migratória benigna ou língua geográfica: relato de caso clínico, o estresse é citado como uma das causas mais comuns da língua geográfica. Além dele, também o fator hereditário de desenvolver manifestações alérgicas, como rinites, asma, urticária, problemas hormonais, deficiências nutricionais e diabetes juvenil também podem contribuir para o surgimento da condição. Além disso, pacientes que possuem doenças dermatológicas, como a psoríase, também podem desenvolver a língua geográfica.
Como identificar os sinais de língua geográfica
De acordo com a dentista, a língua geográfica costuma ser assintomática, podendo regredir dentro do prazo de alguns dias ou semanas. Sendo assim, as lesões não causam dores ou quaisquer outros incômodos aos pacientes, como o comprometimento do paladar, durante esse período. No entanto, é importante ressaltar que a alimentação durante a manifestação do quadro requer uma atenção redobrada, já que alimentos condimentados ou ácidos e bebidas alcoólicas tendem a acarretar ardência e queimação na região.
Língua geográfica: tratamento nem sempre é necessário
Por se tratar de um quadro benigno, a língua geográfica não exige um tratamento intensivo. No entanto, a Dra. Uila adianta: é importante buscar ajuda profissional para não correr o risco de negligenciar o atendimento correto. Isso porque os sintomas da língua geográfica apresentam um aspecto parecido com o de outras doenças orais, como lesões pré-cancerígenas e neoplasias, o que requer um acompanhemento imediato.
Por esse motivo, é importante consultar um dentista de confiança para avaliar o seu caso. “O profissional considera a história clínica do paciente, os sintomas apresentados e, quando necessário, solicita biópsia ou encaminha-o para um atendimento com especialista em estomatologia”, revela a especialista.
Geralmente, quando identificado o diagnóstico de língua geográfica, não se indica um tratamento. Mas, em casos específicos, pode ser necessário algumas medidas para amenizar os sintomas de ardência e sensibilidade, sendo necessário o uso de medicamentos, gel de uso tópico ou bochecho.
Este artigo contou com a participação de:
Uila Ramos da Silva – Cirurgiã-Dentista formada pela Universidade Federal de Pernambuco e ortodontista formada pela Faculdade de Odontologia do Recife
CRO-PE: 10.380
Atualizada em 25/08/2022.