Se realizar um tratamento de canal já causa medo para um adulto, imagine só para uma criança. Muitos papais e mamães ficam espantados ao descobrir que os pequenos também passam por esse tipo de procedimento. Segundo a odontopediatra Sofia Cabaleiro, pode ocorrer, na maioria dos casos, por problemas de cáries extensa ou à um trauma, como quedas. Confira tudo o que a especialista contou ao Sorrisologia sobre o assunto e cuide para que seu pequeno não tenha que passar por isso.
Em que momento já pode ser feito um canal?
Assim como destaca a profissional, o tratamento de canal é indicado quando a polpa dentária é acometida. “A partir do momento em que o dente nasce e entra em posição, já está sujeito à sofrer ação das bactérias da cárie, que quando não tratadas, podem evoluir para um canal”, conta a profissional. Nos casos de acidentes o tratamento pode ser indicado se o dente sofrer um avulsionamento (sair por inteiro do alvéolo) após traumatizar a parte anterior da maxila.
Mas somente um dentista poderá determinar a necessidade de um tratamento de canal. “É preciso sempre realizar um bom exame inicial e levar em conta algumas questões como idade, análise de raio-X, posicionamento do permanente, impossibilidade de reconstrução, se há reabsorção interna ou externa , entre outros que poderão contraindicar esse procedimento”.
Como é feito o tratamento?
“O acesso aos condutos e a limpeza do sistema de canais radiculares é bem semelhante do procedimento feito em adultos. O que difere é a instrumentação e finalização, pois é preciso levar em conta que o dente permanente irá induzir a reabsorção daquela raiz”, esclarece Sofia que também reforça as indicações do uso da anestesia. “Se o caso for de pulpite, uma inflamação da polpa (que é a parte viva do dente), sim, a anestesia local será necessária. Se for um caso de necrose, onde há a “morte” dessa polpa, a criança não precisa receber anestesia”.
O dente de leite vai cair mesmo assim?
Mesmo após tratado e salvo, o dente de leite vai cair inevitavelmente e isso não significa que o permanente nascerá com alguma imperfeição. “Se o tratamento for bem realizado, respeitando o limite de atuação, posição do permanente, eliminando focos de infecção, o permanente não apresentará sequela alguma”, garante Sofia. Para isso, é importante realizar o procedimento com um profissional qualificado e de confiança.
Os principais cuidados depois do tratamento
“Assim como o permanente, o dente fica mais fragilizado, normalmente perde-se boa parte da estrutura. É importante buscar uma restauração adequada para devolver à esse pequenino paciente função e estética, mantendo o dente decíduo em posição até que o permanente caia de forma natural, ocupando aquele lugar”, atenta Sofia.
Papais, fiquem de olho na prevenção!
Como tudo na vida, a prevenção é a melhor forma de evitar qualquer tratamento cirúrgico. Além de amenizar a ingestão de açúcar, a odontopediatra indica cuidados simples para o dia a dia. “Acompanhar de perto a escovação da criançada, auxiliando os pequenos, utilizar pastas com flúor nas crianças maiores de 06 anos e evitar quem elas façam consumo exagerado de doces e balas no dia a dia”, indica Sofia.
Transforme a higiene em algo bacana
O ideal é utilizar uma escova de dentes feita exclusivamente para o seu filho. As escovas infantis possuem indicações de idade e você confere qual se encaixa com a fase dele. Todas, porém, possuem cerdas macias e cabo antideslizante para tornar o momento da escovação mais divertido e saudável.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Sofia Cabaleiro – Endodontista
Belo Horizonte, MG
CRO-MG: 34919