A doença periodontal é caracterizada pela inflamação e destruição dos tecidos de proteção do dente. Temida por muitas pessoas, essa doença ocorre devido a higienização bucal incorreta ou precária. Isso porque, sem a limpeza correta da boca, as bactérias e os restos de alimentos, juntamente com as células mortas que ficam na boca, acabam produzindo a placa bacteriana, que, por sua vez, se transforma em tártaro quando acumulada, resultando numa possível gengivite. Esta, é o estágio antes de se transformar na periodontite. Para falar mais sobre o assunto, o Sorrisologia conversou com a especialista em periodontia, Fabíola Fernandes. Veja a seguir!
Entenda o que é a terapia periodontal
A profissional explica que a terapia periodontal é todo procedimento realizado para recuperar a saúde das estruturas periodontais, ou seja, as que envolvem, protegem, e suportam os órgãos dentários. “Além disso, a terapia periodontal ainda visa o controle permanente de biofilme (placa bacteriana), para não acontecer a descontaminação dos sítios”, explica Fabíola.
Como é feita a terapia periodontal
Primeiramente, é necessário um diagnóstico da doença e da situação periodontal através de uma sondagem e registro do periograma. Fabíola explica: “O paciente é avaliado como um todo, medicação que usa, cáries, tratamento endodôntico necessário, etc. Com o resultado dessa avaliação, e de acordo com o diagnóstico, o paciente será encaminhado a um especialista que solicitará laudos”, esclarece a profissional. Após esse processo, uma raspagem supragengival e subgengival será feita nos seis hemiarcos e um novo exame será realizado. “Assim, o resultado da raspagem é avaliado, e poderá ser indicado -ou não- uma terapia cirúrgica nos locais que não responderam ao primeiro procedimento (de raspagem)”, explica a periodontista, que conclui: “Em seguida, nova sondagem é realizada, juntamente com uma reavaliação, e o paciente será submetido a uma terapia periodontal de suporte trimestral”.
Tipos de procedimentos necessários
Segundo Fabíola, os procedimentos que são necessários nesse tipo de terapia são: “O diagnóstico, tratamento odontológico completo, raspagens, cirurgias periodontais, avaliação médica e a terapia periodontal de suporte”, explica a profissional ao ressaltar que, no entanto, cada caso é um caso, e o que pode servir para uns, pode não servir para outros.
Saiba quais são os efeitos dessa terapia
Com essa terapia, espera-se retardar os efeitos nocivos do acúmulo da placa bacteriana e seus produtos sobre o tecido periodontal, recuperando a saúde do periodonto e controlando o acúmulo do biofilme de forma efetiva. No entanto, Fabíola esclarece: “As raspagens e as cirurgias podem causar retração gengival aparente, ao reduzir o edema e a inflamação, expondo as raízes dentárias e por vezes, causando sensibilidade. Isso pode gerar desconforto ao paciente, mas é minimizado com aplicação de dessensibilizantes”. Sendo assim, seu benefício é maior do que a perda do elemento dentário para a doença, caso ela evoluísse.
A terapia periodontal é indicada apenas para pacientes que tem problema nessa região? Para a profissional, só deve ser realizada essa terapia onde existe uma doença periodontal. No entanto, a periodontista ressalta: “O exame periodontal deve ser realizado anualmente nos demais pacientes, juntamente com uma raspagem supragengival, polimento e instrução de higiene oral”. Além disso, Fabíola indica: “Procure sempre por um periodontista inscrito como especialista no Conselho Regional. Para saber, basta acessar a página do CRO de sua região e procurar pelo nome ou número de registro”.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Fabíola Chaves Fernandes – Especialista em Periodontia e Odontogeriatria
Rio de Janeiro – RJ
CRO-RJ: 20417