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Radiografia é a única maneira de diagnosticar a necessidade de um tratamento de canal?

Radiografia é a única maneira de diagnosticar a necessidade de um tratamento de canal?

Para identificar a presença de cárie, bem como a possível necessidade de um tratamento de canal, é necessário realizar uma série de exames, sabia? A radiografia periapical, por exemplo, é um exame de imagem que mostra toda a região do dente, inclusive a raiz dentária e a estrutura óssea, auxiliando o dentista em diferentes diagnósticos. 

Mas, será que a radiografia é o único método que permite a identificação da cárie profunda? Quais são os outros métodos utilizados para avaliar o quadro do paciente? O Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Uila Ramos, que falou mais sobre os exames utilizados para o diagnóstico de cárie e esclareceu quando o tratamento de canal torna-se indispensável. Continue lendo para descobrir! 

Como saber se estou com cárie: radiografia periapical é a única forma de diagnóstico?

De acordo com a cirurgiã-dentista, o exame clínico (realizado no consultório) é fundamental para o diagnóstico da cárie e de outras doenças bucais. No entanto, para fazer uma investigação mais detalhada da extensão da lesão, é indispensável recorrer a exames de imagem.

“A história relatada pelo paciente também auxilia no diagnóstico e é importante para a compreensão do estado do dente. Saber o que o paciente sente (e sentiu), se houve traumatismo dental e tratamento anterior são elementos de diagnóstico muito importantes. Ainda assim, os testes de vitalidade pulpar e a radiografia acabam sendo determinantes para indicar (ou não) a necessidade de tratamento”, explica.

Tratamento de canal é necessário quando a cárie atinge a polpa do dente

Identificar o estágio da cárie é fundamental para saber qual linha de tratamento deve ser seguida. De acordo com a dentista, o tratamento de canal passa a ser necessário a partir do momento em que a infecção compromete a polpa dentária. A presença de microrganismos na dentina (segunda camada do dente), inclusive, já deve servir de sinal de alerta. 

“Quando a infecção avança até atingir a polpa dental – ou a cárie profunda permanece por período extenso sem tratamento -, aumenta-se o risco de exceder a capacidade de defesa e de dar início a um quadro conhecido como pulpite irreversível, que é a inflamação da polpa em estágio mais avançado. Esse problema é caracterizado por dor espontânea, podendo evoluir para a necrose pulpar. O paciente que apresenta o último estágio de inflamação pulpar (pulpite irreversível) ou que tiver perdido a vitalidade do dente (necrose pulpar) terá que se submeter ao tratamento endodôntico”, destaca a especialista. 

Diagnóstico de cárie profunda: como funcionam o exame clínico e a análise da radiografia?

Para ter certeza que a cárie atingiu a polpa do dente (o que demanda o tratamento de canal), é necessário seguir duas etapas básicas: fazer uma análise em consultório, com um especialista, e depois realizar todos os exames de imagem requisitados. A especialista explica melhor como funciona cada etapa:

“No exame clínico, avalia-se a possível presença de lesão extensa de cárie, traumatismo dentário e restauração defeituosa – fatores que podem sugerir a necessidade de tratamento endodôntico. Ainda na avaliação clínica, podemos investigar se o dente apresenta sinais de vitalidade ou necrose pulpar através de testes pulpares (térmico, elétrico, teste de cavidade e teste de percussão). Esses testes avaliam a resposta do dente suspeito frente a estímulos e, então, é feita uma comparação com a resposta de um dente sadio”, explica. 

Vale destacar, ainda, que é possível recorrer a exames de imagem ainda mais completos dependendo do quadro do paciente. A dentista explica, no entanto, que esses casos são mais raros. “Na radiografia periapical podemos averiguar a presença ou não de cárie, profundidade da restauração (se houver) e o estado de saúde da região periapical (se há lesão endodôntica). Pode ser necessário solicitar uma tomografia, devido à maior acurácia e disponibilidade de imagens nas três dimensões, para analisar áreas que apresentam lesões endodônticas, suspeita de fraturas, investigar reabsorções radiculares”, finaliza a profissional.

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