Durante a gestação e o puerpério, cuidar da saúde bucal pode ser um pouco mais delicado, sabia? Afinal, é necessário evitar determinadas substâncias odontológicas e até alguns exames para também preservar a saúde do bebê. No entanto, alguns procedimentos odontológicos são inofensivos e, em muitos casos, até imprescindíveis para proteger a saúde bucal da mulher, evitando cáries, infecções e doenças bucais mais graves.
O Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Patrícia Almeida, especialista em reabilitação oral e estética, que falou mais sobre quais procedimentos odontológicos devem ser evitados pelas mulheres durante e logo após a gravidez. Confira!
Procedimentos odontológicos: quais são contraindicados para gestantes e puérperas?
De acordo com a cirurgiã-dentista, é importante que mulheres grávidas e lactantes redobrem os cuidados com a saúde bucal e, se necessário, realizem determinados tratamentos, sempre com o respaldo de um profissional de confiança. “Acredita-se que gestantes não possam passar por alguns tratamentos devido a sua condição. No entanto, elas não só podem, como é essencial que mantenham o acompanhamento frequente com o seu dentista”, explica.
No entanto, nem todos os procedimentos são indicados para mulheres gestantes, especialmente alguns tipos de exames. “A diferença no tratamento durante esse período é que se evita a realização de exames de imagem. Ainda assim, é comprovado que esses exames não oferecem riscos à mãe e ao bebê se realizados de maneira adequada, seguindo todos os protocolos de segurança”, complementa a profissional.
Tratamentos odontológicos mais invasivos, como cirurgias (enxerto gengival ou implante dentário, por exemplo) e clareamento dental também não são muito indicados para mulheres durante a gestação ou puerpério.
No caso do clareamento, em especial, os riscos maiores são por conta da ação do gel clareador – produto constituído de um peróxido que, caso entre em contato com a gengiva, pode gerar queimaduras e complicações maiores. Por isso, para preservar a saúde da mãe e do bebê, não é recomendado realizar esse tipo de procedimento.
Saúde bucal da mulher: quais alterações são comuns durante (e após) a gravidez?
Durante a gestação e logo após o parto (período conhecido como puerpério), existem muitos fatores que podem afetar a saúde bucal da mãe. De acordo com a especialista, é possível prever alguns sintomas que tendem a ser mais comuns. “As alterações mais comuns nesse período são o inchaço e o sangramento das gengivas. Além disso, algumas gestantes também podem ter dificuldades no processo de escovação devido aos enjoos, condição que precisa ser bem administrada para que a higienização não seja negligenciada e provoque problemas no futuro”, orienta.
Cuidados de higiene bucal são fundamentais para prevenir doenças periodontais na gravidez
Vale destacar, ainda, que infecções na gengiva durante a gravidez, quando não identificadas e tratadas, podem acarretar em problemas muito maiores, que colocam em risco a saúde do bebê. “O problema das doenças periodontais durante a gestação é que elas são uma porta de entrada para que as bactérias viagem pelo corpo e ocasionam riscos à saúde da mãe e também a do bebê – já que, em casos mais extremos, pode ocorrer um aborto ou parto prematuro”, finaliza a profissional.
Para prevenir esses casos mais extremos, a Associação Americana de Odontologia (ADA) passa diretrizes bem importantes para as gestantes: realizar a escovação duas vezes ao dia com escova de cerdas macias por dois minutos, usando creme dental com flúor; fazer tratamentos tópicos com flúor de forma mais regular (conforme estabelecido pelo seu dentista de confiança) e utilizar fio dental ao menos uma vez por dia.
Também é importante saber como proceder com a higienização dos dentes em quadros de enjoos. Não é indicado, por exemplo, realizar a escovação logo após o vômito, pois, assim, os dentes são expostos aos ácidos estomacais, o que favorece a erosão do esmalte dos dentes. O mais indicado é fazer um bochecho antes e esperar uns minutos para realizar a escovação.