Quando se trata de saúde bucal, todo cuidado é pouco. Isso porque existem diversos problemas de má oclusão que podem afetar a estrutura dos dentes e gerar consequências na sua qualidade de vida, como o prognatismo mandibular. A condição é caracterizada pela projeção da mandíbula e os dentes inferiores para a frente dos superiores. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, o Sorrisologia entrevistou a odontologista Uila Ramos, que revelou os principais sintomas, causas e tratamento para o prognatismo mandibular. Veja só!
Prognatismo mandibular: entenda o que causa essa má oclusão
De maneira geral, o prognatismo mandibular é uma má oclusão de natureza esquelética em que a mandíbula apresenta um crescimento excessivo. “Por esta razão, a mandíbula encontra-se à frente da maxila, dando origem a um degrau sagital que projeta um perfil facial reto ou côncavo, dependendo da severidade do erro esquelético”, explica a dentista.
Caracterizado como má oclusão de classe III, o prognatismo mandibular é geneticamente determinado através da herança autossômica dominante. “O quadro é uma característica herdada do pai e/ou da mãe. Se ambos apresentarem o prognatismo mandibular, maiores serão as chances da criança herdar esta característica genética”, alerta a Dra. Uila.
O prognatismo mandibular pode trazer diversos prejuízos a sua saúde bucal
Assim como qualquer outro tipo de má oclusão, o prognatismo mandibular também pode resultar em diversos prejuízos para sua saúde bucal. Na maioria das vezes, o crescimento excessivo da mandíbula acarreta uma sobrecarga na atividade da articulação temporomandibular (ATM). “Nesse caso, o deslocamento da mandíbula e a força exercida pela musculatura resulta em dores e ruídos articulares”, alerta a dentista. Além disso, pacientes que apresentam prognatismo mandibular também podem lidar com dores de cabeça, dores musculares e dores de ouvido.
Como é feito o tratamento para prognatismo mandibular?
Quando a má oclusão de classe III está relacionada ao prognatismo mandibular, o tratamento pode variar de acordo com a idade do paciente. Para indivíduos na fase adulta que já alcançaram a maturidade esquelética, por exemplo, o ideal é combinar o tratamento ortodôntico com a cirurgia ortognática. “O procedimento cirúrgico é capaz de reposicionar a mandíbula em relação à base do crânio, estabelecendo um correto relacionamento com a maxila e, assim, um encaixe equilibrado dos dentes superiores e inferiores após a cirurgia ortognática”, explica a especialista.
No entanto, a dentista alerta: o tratamento ortodôntico não permite um resultado tão eficaz em crianças com prognatismo mandibular. “Se o paciente ainda está em crescimento, a mandíbula voltará a crescer porque a genética exerce um papel preponderante na expressão desta informação”, revela. Sendo assim, ao cessar o uso do aparelho, é provável que a má oclusão volte a ocorrer.
Este artigo contou com a participação de:
Uila Ramos da Silva – Cirurgiã-Dentista formada pela Universidade Federal de Pernambuco e ortodontista formada pela Faculdade de Odontologia do Recife
CRO-PE: 10.380