Hoje, um dos procedimentos cirúrgicos mais procurados é a cirurgia ortognática. Isso acontece porque ela é conhecida por conferir um rosto esteticamente mais harmonioso ao paciente. Mas, antes de realizar a cirurgia, é preciso analisar com muita cautela cada caso, pois nem sempre esse tipo de procedimento é recomendado. Uma das situações que pode gerar essa dúvida é quando o paciente apresenta perda óssea, e é justamente sobre isso que a cirurgiã-dentista Rhianna Barreto vai comentar a seguir.
Quais são as principais causas da perda óssea?
Dentre inúmeras possíveis causas para a perda óssea, Rhianna destaca quais são as principais delas: “Pode ser de origem periodontal, periimplantar, ortodôntica, sistêmica (como por exemplo a diabetes melitus e a artrite reumatoide), trauma local e período de menopausa.” Além disso, pode ser que o problema aconteça por uma questão de associação a um ou mais fatores mencionados.
A cirurgia ortognática é recomendada nesse caso?
Diferente do que se pensa, nem sempre a cirurgia é uma opção. O ideal é que cada caso seja avaliado individualmente, sendo que a cirurgia ortognática vai depender de uma associação entre o tratamento ortodôntico e cirúrgico. “Nos casos de perda óssea generalizada grave, o paciente não pode realizar o tratamento ortodôntico e, consequentemente, também não pode realizar a cirurgia”, aconselha a dentista. Porém, se o quadro do paciente não for dos mais graves e a perda óssea estiver “controlada”, é possível realizar a cirurgia. Nestes casos, vale lembrar que é importante avaliar o risco de maior perda óssea e de possíveis perdas dentárias após a cirurgia, segundo a especialista.
Caso o paciente opte pela cirurgia ortognática, quais devem ser os principais cuidados no pós-operatório?
De acordo com Rhianna, o pós-operatório tem início ainda no período de internação, durando de 3 a 7 dias e com auxílio da equipe de enfermagem do local. “Deve-se levar em consideração a dificuldade de higienização por conta do edema e da parestesia, que pode estar presente, por isso o paciente deve ser auxiliado”, destaca.
Além disso, ela fala sobre os cuidados com a alimentação, que também devem ser orientados, já que nesse período recomenda-se alimentação pastosa e fria. O acompanhamento junto a um nutricionista pode ser uma boa opção, além de acompanhamento psicológico para controle de ansiedade e fisioterapia para auxiliar na recuperação da fala, movimentos mandibulares e controle de edema e parestesia.
“A manutenção do aparelho ortodôntico e dos elásticos, utilizados no pós-operatório, também deve ser feita regularmente.”
Que outros tipos de tratamento são recomendados?
O ideal é que também seja realizado um tratamento especializado com um periodontista, de forma que possa ser realizado até enxertos ósseos e gengivais, se for necessário. “A integração da periodontia com a ortodontia com o intuito de restabelecer oclusão satisfatória em pacientes com problemas periodontais vem se tornando cada dia mais popular. Logo, um tratamento integrado deve ser realizado”, orienta.
Para visar um tratamento ortodôntico bem-sucedido tal multidisciplinaridade é fundamental, evitando problemas e orientando o paciente da melhor forma sobre riscos e cuidados com a higiene bucal. “No que diz respeito aos procedimentos cirúrgicos, as cirurgias ósseas serão indicadas somente ao final do tratamento ortodôntico e deve-se aguardar um período de seis meses para que seja realizada a intervenção”, finaliza.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Rhianna Barreto – Cirurgiã-Dentista
Rio de Janeiro – RJ
CRO-RJ:37448