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Pacientes com diabetes têm mais chances de desenvolver mau hálito

Pacientes com diabetes têm mais chances de desenvolver mau hálito

A saúde do nosso corpo está toda interligada e, por isso, muitas vezes, ao desenvolver uma doença específica, ela pode afetar o corpo de outras formas. O diabetes, por exemplo, é uma síndrome metabólica que eleva os níveis de glicose no sangue. Dentre os seus sintomas podemos destacar sede intensa e a necessidade de urinar de forma mais frequente. Contudo, para além desses sintomas comuns ao quadro, é possível que o paciente perceba impactos também na sua saúde bucal. A dentista Dulce Cabelho explica como isso acontece, e o que deve ser feito para solucionar esses casos.

Pacientes com diabetes precisam ter atenção redobrada à saúde bucal

A profissional afirma que a doença influencia e modifica a saúde bucal apenas em quem apresenta diabetes descompensada, ou seja, que não está sendo controlada. “Se o paciente não conseguir compensar o nível de glicose no sangue existe a possibilidade de xerostomia, que é a secura bucal, prejudicando a quantidade de saliva circulante”, diz ela. Essa situação pode provocar lesões na mucosa e aumentar o risco de desenvolvimento de doenças periodontais e cárie, por exemplo.

Quem tem diabetes apresenta mais chances de ter mau hálito?

Segundo a profissional, sim, a chance de se desenvolver mau hálito pode se tornar maior quando a pessoa tem diabetes. Ela explica que isso acontece pela possibilidade de produção de corpos cetônicos liberados em níveis altos de glicose e pela falta de insulina. “As cetonas são uma substância química de odor característico produzida pelo corpo quando, devido a uma falta de insulina, este não é capaz de usar a glicose como fonte de energia, e em vez disso começa a utilizar a gordura”, esclarece ela. Quando ocorre essa liberação de corpos cetônicos, portanto, o mau hálito aparece como um sinal característico do paciente diabético descompensado.

Como é feito o tratamento do mau hálito em pessoas com diabetes?

Nesses casos, o tratamento deverá ser feito de forma particular. “Tendo em vista as inúmeras particularidades do paciente diabético, o mesmo é considerado paciente especial, e necessita cuidados na consulta de rotina, medicação, anestesia e controle no que diz respeito ao tratamento odontológico”, afirma Dulce. Ela ainda esclarece que o cirurgião-dentista também é responsável pela qualidade de vida, prevenção em relação às complicações da doença e compensação da glicemia do paciente diabético, quando necessário.

Além do mau hálito, o diabético pode ser mais propenso a outras doenças bucais

O mau hálito não é o único problema bucal que se relaciona diretamente com o diabetes. Além dele, paciente pode ter alterações nas glândulas salivares, na flora bucal, desenvolvendo candidíase, e no epitélio gengival, resultando em gengivite descamativa. “Ele ainda pode apresentar alterações nas fibras de ligamento gengival, resultando em periodontite, no tecido ósseo e no fluido sulcular, causando gengivite”, completa ela.
 

Este artigo tem a contribuição do especialista:

Dulce Helena Cabelho Passarelli – Estomatologia, Patologia Bucal e Laserterapia

São Paulo, SP

CRO-SP: 35856

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