Você usou aparelho ortodôntico por um longo tempo. Depois, com alguns meses sem o acessório, percebe uma pequena movimentação nos dentes. Parece que eles estão voltando à mesma posição de antes, desalinhados. Será que isso é possível? O pós-tratamento costuma ser uma dúvida para muitos pacientes. E depois de tanto cuidado, você não quer colocar tudo por água abaixo, certo? A ortodontista Tatiana Rysovas conta ao Sorrisologia o que acontece com a sua boca no fim deste processo.
Os dentes se movem depois que o aparelho é retirado?
Muita gente pensa que o tratamento ortodôntico termina com a retirada do aparelho, mas não é bem assim que funciona. Quando o especialista retira este acessório, é importante ter muito cuidado para que seus dentes não voltem a entortar. Tatiana conta que por mais que o tratamento alinhe a arcada dentária, uma pequena deslocação se torna inevitável. “O nosso corpo é um sistema dinâmico e em constante remodelação, tanto óssea (esquelética) como muscular. E por isso pode acontecer alguma movimentação dentária após o tratamento ortodôntico”.
É possível que volte ao que era antes?
Segundo a profissional, o corpo humano sofre constantes mudanças e isso pode acontecer mesmo depois da idade adulta. “No tratamento ortodôntico, ‘forçamos’ o organismo a fazer uma neoformação óssea (tomar uma nova forma e posição)”. Isso significa que mesmo após usar aparelho, o paciente, seja adulto ou criança, pode voltar a ter os dentes tortos.
Existe também um outro fator que deve ser levado em conta para o sucesso e estabilidade do resultado ortodôntico. São os chamados ligamentos periodontais que existem ao redor das raízes dos dentes. Eles têm a função de sustentação sensorial e nutritiva e, além de tudo, possuem um tipo de “memória”. “Muitas vezes até o paciente esquece a posição em que os dentes estavam no início do tratamento, mas o ligamento periodontal não”.
Dá para evitar a movimentação?
Para que o tratamento ortodôntico seja um sucesso, é primordial que se faça uma contenção (que pode ser móvel ou fixa), acompanhamento e controle das pequenas movimentações. “A estabilidade do resultado depende da contenção que deve ser determinada pelo profissional para cada tipo de caso”. Isso vai depender dos fatores musculares, hábitos e situações individuais do paciente. Ou seja, você também precisa fazer a sua parte! O mais importante é ficar de olho nos movimentos dos dentes e agir, caso necessário.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Tatiana Teixeira Rysovas – Ortodontista
São Paulo – SP
CRO-SP: 70447