Quem nunca ouviu falar no ditado “para tudo tem remédio”? Os medicamentos completam qualquer tratamento e têm a missão de melhorar sua saúde de modo geral. Quando se trata do bem-estar do sorriso é preciso tomar bastante cuidado com alguns deles. Muitos podem causar alteração no paladar, entre outros problemas. Você vem sentindo dores nos dentes e no maxilar depois que passou a tomar um certo comprimido? Diego Limoeiro, especialista em Cirurgia da ATM, explica a ligação entre algumas medicações com o bruxismo.
Medicamentos causam bruxismo?
O hábito de ranger os dentes não surge do nada. Diego conta que na literatura médica, o uso de alguns medicamentos estão conectados à maior incidência de bruxismo. “Especialmente os antidepressivos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina (neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor)”. Sem falar que eles também podem provocar outros efeitos, como a sensação de boca seca, conhecida como xerostomia.
Essa classe de fármacos vem sendo muito utilizada pela população, mas poucos sabem da relação com a desordem funcional. “Em um ambulatório de DTM, temos visto muitos pacientes que fazem uso dessa medicação apresentando o bruxismo do sono, evoluindo, consequentemente, a prevalência de pacientes com dores orofaciais”. Dentre as substâncias que surtem essa reação estão a paroxetina, fluoxetina, sertralina, dentre outros.
É preciso suspender o remédio?
Embora esses medicamentos provocam efeito colateral para a saúde dos dentes, o odontologista não pode suspender o tratamento. Neste caso, a troca de informações entre o dentista e o profissional que prescreveu a medicação é importante. “Se o paciente está tomando a medicação, provavelmente ele precisa continuar”. Não interrompa o remédio que você está tomando por conta própria.
Como aliviar o bruxismo?
Já que o medicamento não pode ser interrompido, o dentista parte para uma terapia paralela que controle o bruxismo. “Confeccionamos uma placa estabilizadora, a fim de evitar danos dentários, musculares e articulares”. Diego explica que em alguns casos é preciso solicitar ao médico que inclua, junto ao seu protocolo de tratamento, a associação com outro antidepressivo: a buspirona. “Essa substância anula essa reação adversa, sem perder o poder antidepressivo”, conclui.