Para repor algum dente perdido e recuperar a estética do sorriso, o implante dentário de carga imediata é uma das alternativas mais rápidas e práticas. Isso porque a prótese (dente artificial) é instalada pouco tempo após a cirurgia, sem que haja necessidade de o paciente esperar o período de osseointegração para finalizar o tratamento.
No entanto, esse tipo de implante não é indicado para qualquer caso, sabia? O Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Uila Ramos, que falou mais sobre em que casos a carga imediata é a melhor opção e quais cuidados devem ser tomados após a cirurgia do implante. É só continuar lendo!
O que é implante de carga imediata?
O implante dentário é um tipo de pino ou parafuso utilizado especificamente para substituir a raiz de um dente, permitindo assim o encaixe da prótese que substituirá o dente perdido. A técnica de carga imediata, de acordo com a especialista, recebe esse nome por ter uma ativação imediata – ou seja, o implante já pode ser acionado logo após a sua instalação, de modo que o tempo para a reabilitação oral do paciente é menor e o número de sessões cirúrgicas também é reduzido.
“O diferencial é que, após a cirurgia, o tempo para reabilitar proteticamente o paciente é de 48 a 72 horas. Essa reabilitação inicial se trata de uma restauração provisória que é instalada sobre o implante”, explica a profissional.
Em que casos o implante dentário de carga imediata é indicado?
De acordo com a cirurgiã-dentista, existem alguns fatores que devem ser levados em conta para a instalação de um implante. A reabilitação oral com implante dentário de carga imediata, em especial, costuma ser indicada para os seguintes casos clínicos:
- Edentulismo parcial e total;
- Necessidade de implantes unitários;
- Quando não há condições de instalar próteses fixas (em casos que o número de dentes pilares é insuficiente ou a distribuição dentária é irregular);
- Quando o paciente não se adapta ao uso de próteses removíveis ou totais;
Implante imediato: o que deve ser avaliado antes da sua instalação?
Mesmo quando o paciente se encaixa no perfil indicado para fazer implante dental, é necessário avaliar outros fatores, como as condições gerais de saúde do indivíduo, sua estrutura óssea e até possíveis hábitos que podem influenciar o tratamento.
“Quando os pacientes apresentam algum tipo de doença crônica, ela precisa estar devidamente controlada e deve haver a liberação médica para o procedimento cirúrgico do implante dentário”, explica a dentista.
“É preciso ter quantidade e qualidade óssea apropriadas para considerar a instalação do implante. Os tipos ósseos I e II (mais compactos) são os mais favoráveis. O paciente também não pode apresentar hábitos parafuncionais, especialmente o bruxismo, pois essa parafunção extrapola o limite de força que o implante com carga imediata pode suportar, sob risco de perda do pino”, complementa.
Vale destacar, ainda, que bons hábitos de higiene bucal devem preceder a cirurgia de implante para prevenir possíveis complicações. “Para o sucesso do tratamento, a higiene bucal adequada é uma condição indispensável para prevenir inflamação no sítio cirúrgico”, destaca a profissional.
Contraindicações para o implante de carga imediata
Existem alguns fatores que são impeditivos para a instalação do implante imediato, sabia? De acordo com a especialista, é possível listar os principais casos em que o paciente não deve realizar esse tipo de procedimento:
- Quando há um comprometimento da saúde sistêmica que afeta o metabolismo, como distúrbios endócrinos, hematológicos e cardiovasculares.
- Pacientes que tenham feito radioterapia na região de cabeça e pescoço;
- Pacientes gestantes, pois as doses de radiação dos exames de imagem requisitados para o planejamento do implante não são indicadas durante a gravidez;
- Pacientes jovens, que ainda estão com a estrutura bucal em desenvolvimento.
É importante que o paciente realize a cirurgia de implante com um dentista de confiança e siga todas as orientações pré e pós-cirúrgicas (cuidados de alimentação, repouso e higiene bucal, por exemplo). Caso o paciente tenha uma doença que possa dificultar a cirurgia, a Dra. Ramos reforça que as medidas devem ser tomadas de forma antecipada. “Para que possa ser tratado, o paciente deve estabilizar o quadro de saúde com o uso de medicamentos que não interfiram no processo de reparação tecidual e ter a anuência do médico responsável pelo caso”, finaliza.