Há quem diga que para tratar gengiva retraída, bicarbonato de sódio é uma boa opção. Alguns inclusive acreditam que escovar os dentes com esse produto ajuda a tratar diferentes problemas bucais, como sensibilidade nos dentes, manchinhas e até mesmo gengiva retraída. Mas, será que isso realmente procede? Esse produto é capaz de aliviar inflamações e auxiliar na higiene oral? Para saber mais sobre o assunto, o Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Rhianna Barreto, que explicou se o bicarbonato de sódio ajuda (ou não) a tratar retração gengival e quais são as principais dicas para preservar a saúde bucal no longo prazo. É só continuar lendo!
Bicarbonato de sódio pode ajudar no tratamento de gengiva retraída?
De acordo com a cirurgiã-dentista, não é recomendado tratar gengiva retraída com bicarbonato de sódio. Antes de tudo, é fundamental descobrir a causa do problema – que pode ser alguma doença oral – para, depois, recorrer ao tratamento odontológico mais apropriado. “Não. A retração gengival tem diversas causas, como má escovação, bruxismo, contato prematuro ou doença periodontal. O correto é identificar a causa e tratá-la. O bicarbonato não cumpre essa função”, explica a especialista.
Por ser um produto alcalino, que reduz o pH da boca, o bicarbonato acaba sendo utilizado em receitas caseiras para limpar os dentes, prevenir o tártaro e também possíveis inflamações na gengiva. No entanto, de acordo com a especialista, recorrer a misturas caseiras pode ser perigoso. Em alguns casos, em vez de beneficiar a saúde bucal, o efeito pode ser contrário, causando desgastes nos dentes. Por isso, para tratar qualquer problema na boca, o recomendado é recorrer apenas a produtos específicos para os dentes e seguir sempre a orientação do dentista. “O bicarbonato pode até ser utilizado em pastas dentárias e em tratamentos como a profilaxia. Mas, o ideal é que seja utilizado apenas no consultório sob supervisão do dentista”, complementa.
Como tratar gengiva retraída: cremes dentais específicos e dessensibilizantes podem ajudar
A Dra. Barreto destaca que existem ótimos produtos para o tratamento de gengiva retraída. Para aliviar a sensibilidade – que costuma ocorrer por conta da exposição da raiz do dente -, uma boa dica é usar uma escova de dente macia, sem fazer muita força na escovação, e outros produtos bucais que amenizam o incômodo. “Nesses casos, deve-se identificar a causa da retratação e tratá-la. Podem ser necessários dessensibilizantes, cremes dentais adequados, tratamento periodontal ou tratamento para o bruxismo, dependendo do caso”, destaca.
Em casos de bruxismo, em especial, é possível que o paciente precise usar uma placa nos dentes e, concomitantemente, realizar terapias para relaxar a musculatura facial. Já em casos de doença periodontal, o tratamento é realizado em consultório odontológico, geralmente com uma limpeza profunda.
Ao eliminar a origem do problema, é possível tratar a retração gengival e evitar que ela volte. Em quadros mais graves, caso a gengiva esteja muito retraída (de modo que a raiz dentária fique muito exposta), o dentista pode solicitar uma cirurgia de enxerto gengival, que também ajuda em termos estéticos. Consultar um profissional especializado é importante para sempre buscar o melhor tratamento possível.
Dicas de higiene bucal para quem tem gengiva retraída
Manter uma boa rotina de higiene bucal é imprescindível para prevenir ou tratar a retração de gengiva. De acordo com a Dra. Barreto, existem algumas dicas de limpeza que fazem toda diferença nesse processo:
- Deve-se realizar higienização com creme dental adequado;
- Uso de fio dental tipo fita (mais achatado e largo) pode ser benéfico;
- Não deixe acumular tártaro – faça manutenção periódica no dentista.
Ainda assim, é possível que seja necessário recorrer a tratamentos feitos no consultório do dentista para tratar alguns pontos. “Se houver sensibilidade, pode-se realizar a laserterapia. Os casos de retração podem se agravar, causando grande perda óssea e dentária. Por isso, é necessário fazer consulta periódica ao dentista para evitar o problema”, finaliza a profissional.