A displasia cleidocraniana (DCC), ou disostose cleidocraniana, é uma doença extremamente rara que afeta a formação dos ossos da face, da clavícula e dos dentes, demandando tratamentos específicos e o acompanhamento de médicos e dentistas.
Para cuidar da saúde bucal nesse caso, realizar intervenções odontológicas mais complexas, como a instalação de implantes dentários (pinos de titânio), pode acabar sendo necessário. Mas, como saber se essa é realmente a melhor linha de tratamento para o paciente?
O Sorrisologia conversou com a dentista Priscila Almeida, especialista em implantodontia e cirurgia oral, que falou mais sobre o uso de implante dentário para a reabilitação de pacientes com displasia cleidocraniana. Continue lendo para descobrir!
O que é displasia cleidocraniana?
De acordo com a especialista, a displasia cleidocraniana consiste basicamente em uma alteração genética que influencia diretamente na formação da estrutura óssea e da arcada dentária. “Trata-se de uma doença que acomete 1 a cada 1 milhão de pessoas. Ela é causada por um defeito no gene CBFA1, presente no cromossomo 6p21, que é o responsável pela formação do tecido ósseo. Nesse sentido, os pacientes acometidos por ela têm alterações nos dentes, como, por exemplo, má formação, desalinhamento e/ou apinhamento severo, maior quantidade de dentes ou até mesmo a falta de alguns deles”, explica a profissional.
Como a displasia cleidocraniana afeta a saúde dos dentes?
A displasia cleidocraniana pode afetar a formação dos dentes de maneiras distintas, sabia? Nos casos em que faltam dentes na arcada do paciente, a instalação dos implantes dentários é muito bem-vinda. A especialista destaca, no entanto, que tudo depende do tipo de alteração provocada pela displasia:
“Os pacientes que possuem essa condição geralmente têm um atraso na formação, desenvolvimento e troca dos dentes, bem como a falta ou excesso deles”, destaca a especialista. Em casos de dentes supranumerários, por exemplo, costuma ser necessário primeiro realizar um procedimento de extração para, depois, alinhar o posicionamento dos demais dentes.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a displasia cleidocraniana pode se caracterizar tanto pela erupção precoce quanto tardia dos dentes. Além disso, é comum que pacientes com DCC tenham prognatismo mandibular (desarmonia facial caracterizada pelo queixo proeminente) e diferentes problemas na maxila. Por isso, é muito importante contar com o acompanhamento de um dentista de confiança desde cedo.
Implante dentário ajuda a tratar displasia cleidocraniana?
O implante dentário é um tipo de pino de metal que substitui a raiz do dente, servindo de suporte para a instalação da prótese – dente artificial que suprirá a ausência do dente natural. Geralmente, o implante é indicado após algum trauma ou perda dentária e costuma ser realizado em adultos ou idosos.
No entanto, no caso de pacientes com DCC, que podem já nascer sem alguns dentes, a especialista destaca que esse tipo de tratamento acaba sendo uma ótima opção. “Todos os pacientes que possuem alguma falta dentária podem sim se beneficiar tanto dos implantes quanto das próteses para melhorar o seu sorriso”, afirma.
Vale destacar, ainda, que existem diferentes tipos de implantes dentários que podem ser indicados de acordo com a necessidade do indivíduo. Em casos de pacientes que não têm nenhum dente na arcada, por exemplo, a prótese overdenture é uma opção bem segura e eficiente. Já quando se trata de recuperar apenas um ou poucos dentes, implantes únicos podem atender melhor a necessidade. Consulte-se com um dentista de confiança e realize uma série de exames antes de tomar qualquer decisão, ok?
Tratamento odontológico para displasia cleidocraniana deve ser feito em diferentes frentes
Além de realizar procedimentos odontológicos, o paciente com DCC também precisa fortalecer os dentes e a estrutura óssea com uma boa alimentação e os nutrientes certos. Por isso, de acordo com a dentista, é necessário atuar em diferentes frentes para que a saúde bucal se mantenha em dia. “O tratamento varia de acordo com o quadro do paciente. Mas, geralmente, ele consiste no uso de aparelhos odontológicos, implantes e próteses. Além da suplementação de cálcio, que pode ser necessária em alguns casos”, finaliza a especialista.
