A adolescência chegou e os dentes de leite não deveriam mais ser um problema, certo? Se a teoria diz que sim, na prática, algumas surpresas podem acabar fazendo parte da transição dentária. Agora, se o tempo passou e o sorriso ainda não foi renovado completamente, é preciso intervir. Entenda por que isso acontece com a explicação da odontopediatra Simone Bastos.
Nem tudo se resolve na infância
A tarefa é simples: guiar o nascimento dos dentes permanentes. Os dentinhos que se desenvolvem nas crianças já nascem com uma missão bem específica e um prazo certo para realizá-la – ou, pelo menos, é assim que deveria ser. “A troca começa a acontecer lá pelos seis anos de idade; o normal é que todos os decíduos caiam até os 13 anos”, estipula Simone.
Mas e quando a transição não se completa?
Essa regra, todavia, tem exceções. A dentista explica que, em alguns casos, fatores hereditários podem fazer com que os dentes permanentes não se formem e o dente de leite não caia. “Quando diagnosticado que o paciente não possui um sucessor, o primeiro dente pode ser mantido por toda a vida na boca, porém, por ser menor, criará desarmonia estética ao sorriso”.
Contudo, é bom lembrar que nem sempre o incômodo é apenas estético. Outra situação possível, de acordo com Simone, são os casos em que o dente decíduo permanece mais tempo na boca, mas, dessa vez, disputando espaço com o permanente. “O novo dente poderá nascer fora de posição na arcada acarretando um problema ortodôntico”, alerta.
Nada de ignorar a situação
Mesmo que pareça uma condição inofensiva, a dentista explica que é importante acompanhar tudo de perto. “Principalmente se existir um dente permanente sucessor, pois, se ele não tiver espaço na boca, poderá perder sua força de erupção”, conta Simone, que ressalta: nesses casos, um especialista em ortodontia deve interferir.
Uma saída para cada caso
O que define a melhor forma de resolver o problema é o diagnóstico. Nos casos onde o dente de leite não cai, mas existe o permanente, a dentista recomenda retirá-lo. No entanto, quando não houver um elemento substituto, quem define é o paciente. “Se, ao chegar à idade adulta, o dente incomodar esteticamente, ou não estiver cumprindo uma função adequada na arcada dentária, pode ser planejada a extração com instalação de um implante”, orienta.