A restauração dentária é um tratamento indicado para recuperar o dente após um quadro de cárie ou trauma, restabelecendo totalmente a sua estética e função. Embora seja um procedimento relativamente simples (que serve para substituir a parte perdida do dente), é necessário planejar uma série de fatores antes de iniciar o procedimento.
Você sabia, por exemplo, que existem diferentes materiais para restauração? Optar por um dente de ouro ou de platina, por exemplo, é uma escolha estética bem diferenciada, porém pode trazer alguns riscos para a saúde bucal. Já as restaurações de resina, cerâmica ou amálgama são menos custosas e mais utilizadas na odontologia.
Para saber mais sobre o assunto, o Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Uila Ramos, que falou tudo sobre os diferentes materiais para restauração dental – suas vantagens, desvantagens e em quais casos são mais indicados. No final, não deixe de conversar com o seu dentista de confiança para definir o melhor material para o seu caso, ok?
Qual o melhor material para restauração dentária?
De acordo com a cirurgiã-dentista, escolher o melhor material para restauração dentária depende de muitos fatores, principalmente do estado do dente do paciente. “A seleção do material restaurador que será escolhido para recompor a anatomia dentária depende do tipo de restauração, da profundidade da cavidade, se há necessidade de reforço da estrutura dentária e também da biocompatibilidade com os tecidos dentários”, explica.
“Após exame clínico e radiográfico (se for indicado), pode-se recomendar a melhor forma de tratamento: restaurações diretas ou indiretas em resina composta, cerâmica ou com ligas metálicas”, complementa a especialista.
Dentes de ouro ou de platina são mais custosos, porém resistentes
Em termos de resistência, os dentes de ouro e de platina ganham bastante destaque. No entanto, de acordo com a dentista, esses materiais têm alguns contrapontos: “As restaurações com liga metálica à base de ouro oferecem boa resistência mecânica e adaptação aos tecidos bucais. Porém, apresentam um custo mais elevado, envolvem etapa laboratorial e demandam mais consultas para a conclusão do tratamento”, destaca.
Vale destacar, ainda, que o dente de ouro pode representar alguns riscos para a saúde bucal. Em alguns casos, esse tipo restauração pode desencadear alguns problemas de gengiva, principalmente caso o encaixe não esteja 100%. Além disso, o material pode acabar desgastando os dentes do lado com o passar do tempo. Por isso, é muito importante avaliar todos os fatores antes de optar por esse tipo de restauração, ok?
Restauração de amálgama fica aparente no dente, mas é bastante resistente
De acordo com a especialista, a restauração de amálgama é uma das mais utilizadas, pois é bastante resistente e de fácil instalação. No entanto, esse tipo de material é pouco sustentável e pode não agradar tanto em termos estéticos, já que cria certo contraste com a tonalidade do dente.
“O amálgama é uma liga metálica que possui o mercúrio (metal pesado) em sua composição. Por isso, há um debate amplo sobre o banimento do seu uso. Ainda assim, nas restaurações, o mercúrio está contido na sua forma inorgânica e em concentração que não oferece risco à saúde humana. Porém, o grande fator negativo se trata do seu descarte, visto que o mercúrio é um poluente para o meio ambiente”, afirma a especialista.
“No uso clínico, o amálgama oferece boa qualidade e resistência para a restauração dentária. Mas, quando é indicada a remoção desse tipo de restauração, ela deve ser realizada com o uso de isolamento absoluto e sugador para captar os resíduos”, complementa a profissional.
Restauração de resina composta é uma excelente escolha para a estética
Em termos estéticos, a restauração dentária de resina composta é uma das mais vantajosas. De acordo com a especialista, esse tipo de material é ótimo para tratamentos com restauração semidireta – isto é, quando a peça restauradora é elaborada fora da cavidade oral, mas cimentada na mesma consulta. Nesse caso, a reabilitação do dente é bastante rápida e segura.
“Apresentam ótimas características de biocompatibilidade, estética agradável, bom polimento e boa resistência mecânica. Há uma ampla gama de resinas disponíveis e a escolha deve levar em consideração as propriedades mecânicas que o exemplar apresenta e sua aplicabilidade para o tipo de restauração necessária”, orienta.
“Com a técnica de restauração semidireta e outros recursos restauradores, as propriedades mecânicas das resinas vêm sendo aperfeiçoadas com o intuito de minimizar a contração de polimerização, fator responsável por sensibilidade pós operatória e maior tensão nas áreas de adesão”, explica a dentista.
Restauração de cerâmica é bastante indicada para os dentes posteriores (de trás)
Assim como a restauração de resina composta, a de cerâmica traz muitas vantagens para a estética do sorriso. De acordo com a dentista, a cerâmica é ainda mais indicada quando se trata de restaurar os dentes posteriores – isto é, molares e pré-molares. “A cerâmica é um material de ótima qualidade, tem resistência mecânica apropriada para suportar cargas mastigatórias em dentes posteriores – especialmente em cavidades amplas, dentes com grande perda de massa dentária e que também proporciona resultados estéticos satisfatórios”, finaliza a profissional.