O momento da gravidez é sempre algo extraordinário na vida de qualquer mulher. Muito se fala sobre os cuidados durante esse período, no entanto, com todos os alertas e conselhos dados por amigas e familiares, fica até difícil saber o que você de fato, não pode fazer! Além disso, a preocupação estética muitas vezes aumenta neste momento, o que é normal. Para entender um pouquinho mais sobre os tratamentos estéticos que você, grávida, poderá fazer durante esses 9 meses, vale se informar. E quanto ao clareamento dental? Será que é um bom momento? Quem responde é a especialista, mestre e doutora em odontopediatria, Carla Martins. Confira!
Não há evidências de que o clareamento prejudique o bebê
Quando uma gestante é submetida a algum tipo de consulta, seja ele médico ou odontológico, deve-se avaliar cuidadosamente se o tratamento proposto pode causar algum dano ao bebê que está sendo gerado. E para isso, os profissionais de saúde se baseiam em evidências científicas. Ou seja, em estudos criteriosos que tenham sido realizados a fim de comprovar ou não, algum tipo de risco para a gestante e seu bebê. Segundo Carla, no caso do clareamento dentário, não há evidências de que ele possa ser prejudicial ao feto em desenvolvimento. Contudo, também não há comprovação de que seu uso seja seguro durante a gestação. Sendo assim, a odontologista indica: “Não é aconselhável fazer o clareamento dentário durante a gestação nem mesmo durante o período de amamentação”.
Tipos de clareamento dentário
O clareamento dentário pode ser realizado por diferentes técnicas: caseira, profissional ou ambas. Na técnica caseira, o paciente se compromete a usar uma moldeira individual e personalizada, feita para se adaptar perfeitamente a posição de seus dentes. Nessa moldeira, aplica-se um gel fornecido pelo dentista, que estipulará também, o tempo de uso. Já na técnica profissional, o clareamento dentário é realizado no consultório através da aplicação de um medicamento em gel, podendo ou não fazer uso de luz. “Durante o atendimento no consultório, pode ainda ser realizada a aplicação de laser a fim de reduzir o risco de sensibilidade dentária durante e após o clareamento dentário”, explica Carla ao concluir: “Existe a possibilidade também de realizar as duas técnicas associadas. O que costuma oferecer um resultado mais rápido. Entretanto, em relação à gestante é importante ressaltar que nenhum tipo de técnica de clareamento dentário é recomendado”.
Procedimentos não indicados à gestantes
Durante a gestação, é contraindicado qualquer tipo de tratamento que possa causar risco para a gestante e/ou seu bebê. Além disso, os procedimentos que não tenham comprovação científica de que são seguros durante a gestação, como o caso do clareamento dentário, por exemplo, deve ser evitado. Para Carla, qualquer tipo de tratamento pode ser realizado, desde que realmente haja indicação e necessidade, e mesmo assim, alguns cuidados devem ser tomados.
Cuidados que as grávidas devem ter com a saúde bucal
Saúde bucal é sempre importante, em especial durante a gestação. O ideal é que antes mesmo de engravidar, a mulher procure seu dentista e realize o tratamento que seja necessário. Contúdo, tratamentos eletivos, como o caso do clareamento dentário, isto é, tratamentos que podem ser programados para outro momento, deve ser feito antes ou após a gestação. Todavia, Carla explica: “É extremamente importante para a gestante e para o bebê que seja realizado o pré-natal odontológico, que consiste no acompanhamento da gestante, prevenindo o surgimento de lesões de cárie e doenças gengivais”. A odontologista também indica que deve-se orientar a paciente sobre como lidar com alguns desconfortos que podem surgir durante a gestação, e também, sobre cuidados com a saúde bucal do bebê.
Além disso, Carla esclarece: “Deve-se sempre ter muito cuidado com a higiene bucal e evitar o consumo exagerado de doces. Para finalizar, quero destacar que doenças gengivais estão associadas a partos prematuros e nascimento de bebês com baixo peso”. Sendo esse, um motivo a mais para cuidar bem da higiene bucal e ter um acompanhamento odontológico durante esse período.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Carla Martins – Especialista, Mestre e Doutora em Odontopediatria
Rio de Janeiro – RJ
CRO RJ 25.747