Bebês prematuros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são aqueles que nasceram antes do tempo pré-determinado, ou seja, em gestações de 37 semanas ou menos. Esses bebês podem apresentar problemas de saúde tão logo nascem ou ao longo da vida, como problemas respiratórios, anemia, baixo peso, entre outros. Com a saúde bucal não seria diferente, já que essas crianças podem apresentar complicações na formação do dente, sensibilidade dentária e manchas no dente por conta da má formação da camada de proteção que é o esmalte dentário. Para entender melhor por que esses quadros se desenvolvem, convidamos a odontopediatra Mariana Frizzo para falar sobre a saúde bucal dos bebês prematuros.
Bebês prematuros podem ter problemas no esmalte dentário
Você já ouviu falar em ameloblasto? São as células que agem na formação dos ossos do dente ainda quando o bebê está no corpo da mãe, mais especificamente do esmalte dentário – a primeira camada de proteção do dente. “Os defeitos do esmalte dentário acontecem quando o ameloblasto é afetado e, assim, modifica o modo correto de formar o esmalte”, explica a profissional. Essas células podem ser afetadas principalmente por fatores sistêmicos ou locais, comprometendo o desenvolvimento do esmalte. Como o parto prematuro ser considerado um fator sistêmico, os pequenos que nascem antes da hora podem desenvolver problemas nessa camada do dente.
Quais problemas bucais podem aparecer em bebês prematuros?
Em sua maioria, os problemas bucais que aparecerão em bebês prematuros são decorrentes da má formação do esmalte dentário. Quando essa camada fica desprotegida, o dente fica enfraquecido, sem a mineralização de cálcio necessária para se fortalecer. Segundo a especialista, dependendo da extensão e da intensidade do defeito, o pequeno pode desenvolver os seguintes problemas:
– Mancha no esmalte que tem uma consequência estética
– Perda de estrutura do dente considerável
– Sensibilidade
– Estética afetada
– Diminuição da função do dente
– O dente se torna um local de maior acúmulo de placa bacteriana aumentando o risco de ter lesões da doença cárie
Sensibilidade em bebês prematuros pode ser bem comum
O dente de qualquer paciente saudável é composto pelo esmalte dentário, dentina e polpa dentária. Na dentina, existem túbulos que se conectam à polpa, onde se encontram diversas terminações nervosas. Já o dente do bebê prematuro não tem a proteção do esmalte, fazendo com que qualquer estímulo que alcance a dentina seja sentido pela última proteção com fortes dores. “Na desmineralização, existe uma perda de estrutura deixando esses túbulos expostos e quando comemos ou até falamos, são gerados estímulos de calor, frio e pressão mecânica, e a polpa consegue nos passar apenas como dor”, completa a especialista. Todo esse quadro é caracterizado com um problema bucal: a sensibilidade dentária.
O odontopediatra consegue evitar futuras complicações
O odontopediatra não consegue reverter os problemas na formação do esmalte dentário, mas é importante levar seu pequeno a uma consulta para que o profissional possa acompanhar o caso, evitando futuras complicações. “O que o profissional pode fazer é um tratamento que tem como objetivo evitar que a perda daquele esmalte evolua, protegendo o elemento dental e devolvendo a sua forma, estética e função”, explica. Para isso, o especialista pode realizar tratamentos como aplicação de flúor para fortalecer o elemento e restaurações com resina. Uma opção a também ser considerada é a instalação de próteses unitárias para devolver a funcionalidade do dente.
Cuide da saúde bucal do seu pequeno!
Bebê prematuro ou não, alguns problemas bucais podem estar sempre presentes na vida dos pequenos. Por conta do organismo do bebê estar ainda em crescimento e formação, o acúmulo de bactérias acontece mais rapidamente, deixando a região bucal mais propícia ao surgimento de problemas, sendo a cárie o mais comum. Para evitar que o quadro aconteça, certifique-se de escovar os dentes do seu filho com uma certa frequência, pelo menos 3 vezes durante o dia. E também não se esqueça do fio dental! As linhas alcançam os locais que a escovação convencional não tem acesso. Assim, você irá garantir um sorriso radiante do seu filho por toda a vida 😉
Por SPPC
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Mariana Almeida Frizzo – Especialista em Odontopediatria, com atualização em cirurgia menor e odontologia estética.
Santana – SP
CRO: 120680