O coronavírus virou o mundo de cabeça para baixo. Além das medidas de higiene, a quarentena e o isolamento social têm afetado o psicológico de muita gente. De acordo com uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os problemas de saúde mental estão aumentando em escala preocupante durante a pandemia. Querendo ou não, toda essa mistura de sentimentos e preocupações acaba afetando a saúde bucal, motivando uma série de problemas involuntários como o bruxismo. O Sorrisologia conversou com a especialista Sandra Regina de Oliveira, que esclareceu como melhorar os sintomas da disfunção sem sair de casa.
Agravamento do bruxismo na quarentena: por que isso está acontecendo?
A dentista conta que a demanda clínica de pacientes nos consultórios vem aumentado bastante e as queixas são sempre as mesmas: apertamento involuntário, bruxismo e disfunção da articulação temporomandibular, o que gera muito desconforto facial, dores musculares e dor de cabeça. Ela explica que existe um porquê para isso tudo: “Esses casos cresceram devido às alterações emocionais e psicológicas durante esse período de pandemia e as restrições da quarentena tem desenvolvido quadros de ansiedade, pânico, medo, angústia, desmotivação e alguns pacientes relatam o desenvolvimento de depressão”.
É possível um paciente, que antes não tinha bruxismo, desenvolver o problema?
Sim. Sandra explica que muita gente que nunca reclamou de rangimento ou apertamento dos dentes antes, também estão desenvolvendo o bruxismo neste período. “É possível que isso esteja acontecendo por conta das alterações emocionais e psicológicas”. Por tanto, se você começou a reclamar de dores de cabeça, no maxilar e nos dentes, procure um dentista especializado no assunto para tratar esse problema o quanto antes.
Como controlar o bruxismo mesmo nesse período tenso:
A especialista diz que é possível amenizar os sintomas do bruxismo em casa e indica algumas medidas. “O recomendado é que o paciente busque um equilíbrio emocional, procure se ocupar com um hobby, com atividades físicas, fisioterapia térmica, estipular um relaxante, manter uma dieta equilibrada e diminuir o uso de eletrônicos, principalmente próximo ao horário de descanso”. Nos casos mais severos, a profissional diz que é melhor procurar orientação de um cirurgião bucomaxilofacial e, se necessário, introduzir um medicamento após a avaliação.
Esse artigo contou com a participação de:
Sandra Regina de Oliveira Torres
CRO-SP:113237
Cirurgiã dentista especialista em traumatologia e cirurgia bucomaxilofacial, implantodontista e laserterapia. Especialista clínica em hospitais de São Paulo no atendimento de pacientes oncológicos e oncologia pediátrica em UTIs.