O odontopediatra comunicou que seu filho vai precisar fazer um canal no dente de leite e você naturalmente está preocupado com o que pode acontecer durante o processo. Pode parecer espantoso para muita gente, mas o procedimento é muito comum nos pequenos também. A odontopediatra Camila de Almeida Araujo falou ao Sorrisologia para esclarecer as dúvidas mais comuns.
Quando é necessário?
Existem dois casos em que é possível realizar um tratamento de canal em dentes de leite: quando a cárie se tornou muito extensa ou profunda a ponto de atingir o nervo (polpa) ou nos traumatismos dentários. “Em ambos os casos, ocorre uma degeneração da polpa e proliferação de tecido necrótico (pus) que pode prejudicar e muito os dentes permanentes em desenvolvimento”, explica a dentista.
Se é dente de leite, não é melhor extrair logo?
É muito comum as pessoas pensarem que já que o dente de leite será trocado em determinada época, não há por que cuidar dele e a melhor solução é extrair logo. A extração até pode ser uma possibilidade, entretanto, depende da idade da criança e de quanto a raiz do dente de leite já sofreu a reabsorção. Por isso, uma radiografia sempre é indicada antes de iniciar qualquer procedimento. “O canal só será realizado, se após o tratamento, o dente puder se manter em função”, explica.
Passo a passo
Após a remoção da polpa necrosada, o canal é irrigado e suavemente limpo, sempre com o cuidado para não atingir o dente permanente. “Depois o canal é preenchido com um material específico para dentes de leite, já que precisamos manter sua característica principal, que é reabsorver e servir de guia para os permanentes”, conta. Feito isso, o dente já pode ser restaurado corretamente.
Cuidados higiênicos devem ser praticados sempre
Segundo a odontopediatra, após o tratamento, os cuidados são os mesmos dos outros dentes: escovação adequada, fio dental e radiografias periódicas. E claro, não esqueça de levar regularmente as crianças ao dentista. Construa bons hábitos de higiene com seu filho desde pequeno, orientando no que for preciso e dando as ferramentas necessárias para isso. Não deixe que as inimigas bucais prejudiquem o sorriso deles.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Camila de Almeida Araujo – Especialista em Odontopediatria e Odontologia para Bebês e Gestantes
Rio de Janeiro – RJ
CRO-RJ: 25804