Caracterizada pela formação de dentes a mais na boca, a hiperdontia é um problema que pode desencadear alguns desequilíbrios na saúde bucal – má oclusão, surgimento de cistos, tumores, doenças periodontais e cáries. Por isso, é fundamental identificar o problema o quanto antes e, com a ajuda de um especialista, buscar a melhor linha de tratamento.
O Sorrisologia preparou uma matéria completa respondendo às principais questões sobre o assunto: o que é hiperdontia? Como é feito o diagnóstico do problema? É necessário tratar hiperdontia em todos os casos? Continue lendo para descobrir!
Afinal, o que é hiperdontia?
A hiperdontia consiste basicamente em uma alteração no número de dentes na boca. Na infância, é comum a criança ter aproximadamente 20 dentes de leite. Já na fase adulta, o esperado é que o indivíduo tenha 32 dentes permanentes (8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares). No entanto, quando esse número é maior, o problema passa a ser identificado como hiperdontia.
Vale destacar que o nascimento de dentes supranumerários (extras) costuma ocorrer nas duas primeiras décadas de vida, quando a arcada dentária definitiva ainda está se desenvolvendo. É fundamental que o paciente frequente um dentista de confiança desde a infância (preferencialmente a partir do nascimento do primeiro dente), para avaliar a saúde e a formação tanto dos dentes de leite quanto dos definitivos.
O nascimento de dentes a mais pode estar relacionado a fatores genéticos e também a alterações sistêmicas (possíveis doenças que afetam o organismo como um todo). De acordo com um estudo realizado no Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos Estados Unidos, a hiperdontia é mais comum em pacientes que já têm determinadas condições e síndromes: lábio leporino e fenda palatina, síndrome trico-rino-falangiana, displasia cleidocraniana e síndrome de Gardner. Ainda assim, é difícil determinar a origem exata do aparecimento de dentes supranumerários.
Quais são os sintomas de hiperdontia?
Quando o paciente tem vários dentes supranumerários, é possível que sinta bastante incômodo. A hiperdontia pode ocasionar dor, dificuldade de mastigação, fala e também doenças bucais que resultam da dificuldade de higienização dos dentes. Por isso, é muito importante fazer consultas regulares com um dentista de confiança, principalmente diante de quadros frequentes de dores.
É possível, ainda, que a hiperdontia não ocasione nenhum sintoma, estabelecendo-se de maneira silenciosa. Ainda assim, ela precisa ser identificada e tratada para evitar possíveis complicações futuras.
Hiperdontia: como é feito o diagnóstico dos dentes supranumerários
Os dentes supranumerários (ou extranumerários) são geralmente identificados com o auxílio de exames de imagem de rotina (radiografias panorâmicas e periapicais). No entanto, dependendo do caso, é possível que a hiperdontia já seja diagnosticada na consulta com o dentista.
Vale destacar que o diagnóstico precoce é fundamental para prevenir complicações maiores no desenvolvimento dos dentes, como a ocorrência de apinhamento dental e doenças periodontais.
Quais riscos a hiperdontia causa à saúde bucal?
Quando não identificada e devidamente tratada, a hiperdontia pode contribuir para uma série de doenças bucais:
- Gengivite e periodontite;
- Cáries;
- Distúrbios na articulação temporomandibular (ATM);
- Formação de diastemas;
- Surgimento de cistos, tumores e outras patologias orais;
- Deslocamentos dentários (que geram má oclusão e comprometem as funções orais).
Esses problemas surgem principalmente porque os dentes a mais na boca afetam o posicionamento dos demais dentes e, ainda, dificultam a rotina de higiene bucal (escovação e uso de fio dental). Por isso, não deixe de buscar uma solução com o seu dentista, ok?
Tratamentos para hiperdontia envolvem diferentes áreas da odontologia
Geralmente, o tratamento para hiperdontia envolve duas etapas: uma cirurgia de extração (remoção dos dentes supranumerários) e, posteriormente, um tratamento ortodôntico, que serve para alinhar os dentes. No entanto, a linha de tratamento a ser seguida varia de acordo com o paciente.
Ainda de acordo com o artigo do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, é importante que o tratamento para hiperdontia envolva diferentes áreas da odontologia. O ideal é que a linha de tratamento seja planejada e estabelecida, preferencialmente, por uma equipe multidisciplinar, com cirurgião-oral, ortodontista, periodontista e protesista. O objetivo é buscar as melhores respostas para garantir uma boa oclusão – que garanta as funções orais e também as demandas estéticas do paciente.