Você sabia que a halitose pode sinalizar diferentes doenças bucais? Em casos de infecções, como a gengivite, a ação de bactérias presentes na boca costuma resultar na liberação de gases voláteis, que são os responsáveis pelo mau hálito. Quando isso ocorre, é importante contar com um dentista de confiança e, principalmente, redobrar os cuidados com a higiene bucal.
Mas, será que a gengivite acompanhada de halitose significa alguma complicação? Como proceder para tratar ambos os problemas da melhor maneira possível? O Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Patrícia Almeida, que explicou se esses dois problemas bucais têm relação e como manter a higiene bucal em dia mesmo durante o tratamento da gengivite. Confira!
Afinal, a gengivite pode causar mau hálito?
De acordo com a especialista, a gengivite é um problema bucal que pode originar o mau hálito e precisa ser tratada o quanto antes para evitar a dor, o inchaço e outros sintomas. “Os microrganismos que vivem na boca, que podem estar em desequilíbrio por vários motivos (como a falta de escovação e até mesmo de água), vão inflamar a gengiva, o que leva ao mau hálito”, explica.
Segundo a Academia Americana de Periodontologia, doenças na gengiva costumam ser silenciosas no início, mas algumas complicações podem surgir em estágios mais avançados. No caso da gengivite, é bastante comum se deparar com os seguintes sintomas, principalmente quando a infecção não é tratada:
- Gengiva inchada e vermelha;
- Sangramento durante a escovação, uso de fio dental ou no consumo de alimentos muito duros;
- Dentes separados ou mais soltos;
- Retração gengival, o que faz com que os dentes fiquem mais evidentes, parecendo mais longos que antes;
- Presença de pus entre a gengiva e os dentes;
- Feridas na boca;
- Mau hálito persistente;
- Mudança no encaixe dos dentes na hora de morder algum alimento;
- Possível mudança no ajuste de próteses parciais.
Como tratar gengivite de forma correta
O tratamento da gengivite é bem simples, sabia? A Dra. Almeida destaca que é fundamental ir ao dentista para remover os microrganismos causadores do problema e também continuar o tratamento em casa. “No consultório, o dentista realiza uma limpeza e, se necessário, a raspagem do tártaro que está próximo à gengiva. Em casa, é necessário escovar os dentes após as refeições, utilizando pasta e fio dental. O fio dental é essencial para a prevenção da gengivite e para a manutenção de uma boca saudável”, orienta.
Vale destacar que, caso a gengivite esteja em um estágio muito avançado, o dentista também pode prescrever remédios (como analgésicos ou anti-inflamatórios) e recomendar algum enxaguante bucal específico, que ajude na higienização e recuperação da gengiva. Lembre-se de seguir à risca as orientações do seu dentista, ok?
Como acabar com o mau hálito durante o tratamento da gengivite
Engana-se quem pensa que a balinha de menta resolve o mau hálito. Quando o objetivo é se livrar realmente da halitose, a especialista explica que é necessário investir mais na saúde bucal. “Escovando mais os dentes. Não adianta chupar balinhas, chicletes ou usar dicas caseiras. Infelizmente, o mau hálito não some dessa forma. Consumir água também ajuda, já que leva ao equilíbrio hídrico”, finaliza a profissional.
Um estudo publicado na revista Research, Society and Development reforça que o consumo de doces para mascarar o mau hálito não é efetivo na redução dos microrganismos e, inclusive, ainda tende a ser prejudicial para a saúde dos dentes. Afinal, o açúcar presente nas balinhas e guloseimas pode facilitar o surgimento de cáries.
O movimento repetitivo de mastigação de chicletes também pode sobrecarregar a articulação temporomandibular (ATM) no longo prazo, contribuindo possivelmente para o surgimento de doenças temporomandibulares (DTMs). Por isso, atenha-se às dicas de escovar mais os dentes, usar enxaguante e beber mais água para aliviar a halitose, ok?