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Quanto tempo a cárie demora para destruir o dente?

Quanto tempo a cárie demora para destruir o dente?

Você já parou para pensar em quanto tempo a cárie demora para destruir o dente e como ela afeta a saúde bucal nesse processo? Quando não diagnosticado e tratado, o dente cariado passa por diferentes estágios (que ocorrem à medida que as camadas mais internas do dente são infectadas) até ser considerado perdido, demandando um tratamento muito mais invasivo.

Para esclarecer o assunto, o Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Uila Ramos, que falou mais sobre os principais aspectos da cárie no dente: como ela se desenvolve, o tempo médio que a infecção leva para atingir a polpa e os cuidados necessários para prevenir ao máximo esse tipo de problema. Confira! 

Quanto tempo a cárie demora para destruir o dente? 

A cárie é um tipo de problema bucal que não se desenvolve do dia para a noite. Ela costuma demorar semanas e até meses para se estabelecer e, quando atinge a polpa do dente ou se torna um abscesso, o dano pode ser tão grande que o dente passa a ser considerado perdido. 

De acordo com a especialista, é muito difícil mensurar o tempo que a lesão cariosa leva para destruir o dente, pois existem muitos fatores que influenciam o avanço da infecção. Ainda assim, para que o dano se torne realmente considerável, o paciente costuma passar vários meses e até anos com o dente cariado. 

 “A cárie dentária apresenta uma evolução gradual em que afeta primeiro o esmalte, segue para a dentina, atinge a polpa dental e, com a progressão da doença, causa uma perda extensa de estrutura dentária com indicação de exodontia. O tempo para que lesões cariosas avancem para o último estágio (perda do dente) vai depender diretamente de hábitos alimentares, qualidade da higiene bucal e falta de tratamento”, explica a dentista. 

“O tempo desempenha um papel potenciador no desenvolvimento da cárie: quanto mais o paciente demora para realizar a higiene bucal, maior é a atividade de formação de placa bacteriana (biofilme dentário), aumentando o ataque das superfícies dentárias pela desmineralização causada pelas bactérias”, complementa a profissional. 

Vale destacar, ainda, que o avanço da cárie em um dente infantil tende a ser mais rápido do que em um dente permanente de um adulto. Por isso, a especialista destaca que os cuidados com a saúde bucal infantil devem ser redobrados. “Nas crianças, se a cárie não for tratada, ela pode assumir um curso clínico mais rápido em virtude do menor grau de mineralização dos dentes decíduos, o que ressalta a importância da educação de pais, cuidadores e crianças para desempenhar uma correta higiene bucal após as refeições, adequar o consumo de água e também comparecer às consultas para prevenção em saúde bucal”, orienta a especialista. 

Em que estágio da cárie o dente pode ser considerado perdido?

Os 5 estágios da cárie dentária se diferenciam de acordo com o nível de infecção bacteriana – isto é, as fases iniciais são mais superficiais, com a manifestação de sintomas no esmalte dentário, e as finais já sugerem um comprometimento muito mais grave da saúde dental. De acordo com a cirurgiã-dentista, é possível identificar o estágio exato em que a cárie compromete todo o dente.

“De acordo com o sistema de Classificação de Cárie da American Dental Association (ADA), que adota o International Caries Detection and Assessment System (ICDAS II), o quarto estágio da cárie corresponde justamente a uma cavidade dentária profunda e com ampla perda de estrutura dentária. Essa condição inviabiliza a recuperação do dente por falta de suporte dentário para um procedimento restaurador ou protético”, explica. 

Como é o tratamento de cárie no dente?

Saber como tratar a cárie em seus diferentes estágios é fundamental para evitar o avanço da lesão, sabia? A especialista destaca que, nas três primeiras fases da cárie, o tratamento costuma ser bem mais simples, mas deve ser sempre guiado por um dentista. “Dentes com lesões iniciais de manchas brancas podem ser tratados com estratégias preventivas de remineralização pela aplicação tópica de flúor ou de um selante não invasivo. Nas lesões que afetam o esmalte e esmalte/dentina, o dente pode ser restaurado utilizando-se resinas compostas”, recomenda. 

Já quando a cárie atinge pontos mais profundos do dente, a simples aplicação de flúor não será suficiente. A Dra. Ramos explica como é feita a intervenção do dentista nesse tipo de situação. “Para os casos em que a cárie atinge a polpa dental, será preciso tratar endodonticamente (tratamento de canal) o dente afetado e, em seguida, restaurar com técnica direta (se houver suporte dentário suficiente para resistir à carga mastigatória) ou indireta (é preciso reforçar a estrutura do dente e restaurar com a técnica indireta) com resinas compostas ou cimentação de coroas cerâmicas”, complementa a especialista.

Dicas de como evitar cáries e preservar a saúde bucal

Conciliar cuidados de higiene bucal com uma boa alimentação e consultas com o dentista a cada 6 meses, de acordo com a especialista, é o segredo para prevenir a cárie e fugir de outros problemas infecciosos, garantindo uma boa saúde bucal no longo prazo.

“O primeiro passo é a conscientização: é preciso entender que na boca residem vários grupos de bactérias, dentre as quais as que são responsáveis pela atividade de cárie e as que desencadeiam doenças periodontais. A partir dessa compreensão, fica claro que se não houver a rotina correta de higiene bucal, a adoção de uma alimentação saudável (moderação no consumo de carboidratos, ingestão de frutas, legumes e quantidade adequada de água) e o comparecimento para as consultas de prevenção em saúde bucal, o paciente estará exposto a condições ideais para dar início a lesões de cárie e inflamação gengival. A falta de tratamento aumenta o risco da progressão dessas doenças”, finaliza a profissional. 

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