O bruxismo é um distúrbio que não começa do nada. As principais causas do apertamento dos dentes vem de outros problemas já existentes em você, entre eles: o alinhamento anormal do maxilar e a ansiedade. O bruxismo também pode causar novas complicações no seu sorriso – como a sensibilidade até a quebra e a perda de um dente – e no seu organismo. Será que esse hábito pode causar doenças no estômago? O Sorrisologia entrevistou a especialista Rhianna Barreto que esclareceu o assunto.

O bruxismo pode causar problemas no estômago?

De acordo com a dentista, o bruxismo é um distúrbio do sono que se caracteriza pelo ato de ranger ou apertar dos dentes no período diurno ou noturno – ou até mesmo nos dois ao mesmo tempo. Ela afirma que problemas no estomago como a gastrite e o refluxo gastroesofágico não são causados pelo bruxismo. “Entretanto, ele tem manifestações bucais semelhantes com essas complicações, como a erosão dentária, dissolução do esmalte, hipersensibilidade, halitose e estomatite aftosa recorrente”, esclareceu.

O bruxismo, por ser uma doença de etiologia multifatorial, possui um componente psicológico muito forte, dentre eles o estresse emocional e ansiedade. “Eles são atores que também podem contribuir para doenças estomacais. Além disso, diante das consequências do bruxismo, muitas pessoas realizam a automedicação, que também contribui para problemas estomacais”.

Quais problemas o bruxismo causa além dos dentes?

Mas não são só os dentes que o bruxismo afeta. Vários outros problemas podem começar com esse distúrbio, entre eles:

• Músculos da face hipertrofiados, ou ainda cansados ou doloridos;

• Redução da capacidade de abertura da boca ao acordar;

• Desgaste e sensibilidade nos dentes decorrente da atrição;

• Dores de cabeça frequentes, em especial na região temporal, decorrente da hiperatividade do músculo temporal;

•  Dores na região do pavilhão auditivo, cefaleias.

Como evitar que o bruxismo cause problemas no estômago?

Rhianna explica que uma orientação cuidadosa deve ser dada ao paciente: existem alguns meios de evitar os danos do bruxismo, mas é bom sempre lembrar que ele não é obrigatoriamente uma doença. “Atualmente não se dispõe de nenhum tipo de tratamento para o bruxismo, mas sim para controlar seus efeitos deletérios na saúde. Sobretudo orientações sobre alimentação, cuidados com a higiene oral e uso de medicamentos devem ser esclarecidos ao paciente”, indicou.

Quais as melhores medidas para tratar o bruxismo?

O profissional deve analisar a raiz dessa disfunção para indicar os tratamentos que eliminem os fatores que estão causando o bruxismo. Eles devem atender aos seguintes objetivos: redução da tensão física e psicológica, tratamento dos sinais e sintomas, minimização de interferências oclusais e rompimento do padrão neuromuscular habitual. Portanto, atualmente não se dispõe de nenhum tipo de tratamento para o bruxismo, mas sim para controlar seus efeitos deletérios na saúde bucal. Dentre eles temos:

• Placa de Mordida: placa acrílica rígida que protege os dentes contra o degaste do bruxismo e também no controle da dor muscular;

• Toxina Botulínica: controla/reduz atividade muscular. Interrompe temporariamente (em torno de 6 meses), a atividade anormal do músculo. Mais indicada nos casos de bruxismo secundário ou que o paciente não pode/consegue fazer uso da placa de mordida;

• Tentativa de diminuição do estresse psicológico do paciente: por meio de exercícios de relaxamento, massagem e fisioterapia