Boca seca é um problema bem chato, principalmente quando você bebe litros e litros de água e, pouco tempo depois, a sensação de secura toma conta como se nenhum líquido passasse por ali há séculos. Pode parecer estranho, mas você sabia que situações de estresse podem afetar a saúde bucal? Para entender como isso acontece, nós conversamos com a estomatologista e especialista em patologias bucais Dulce Helena Cabelho, que esclareceu todo o processo e como ele pode afetar a saúde bucal do paciente. Confira a seguir!
Estresse influencia o processo de fluxo salivar
Segundo a patologista, isso ocorre porque a salivação é produto de glândulas cujo líquido salivar tem influência direta do sistema nervoso autônomo. “Portanto, pessoas que estão em quadros de estresse físico e emocional podem ter diminuição de produção deste fluxo”, explica. Essas alterações no fluxo salivar podem resultar em várias consequências, de acordo com a especialista. Desde cáries e alteração do paladar até a formação de lesões ulceradas na mucosa bucal devido a ausência da hidratação da boca.
Além disso, a alteração do ph presente na saliva também pode desencadear um outro inimigo bucal: o mau hálito. “Alterar o pH salivar contribui com a formação de saburra lingual, principal responsável pela halitose em distintos e severos graus.”
Como verificar o fluxo de saliva?
Existem vários exames laboratoriais que são capazes de identificar isso, mas é sempre muito importante conversar com um profissional especializado para verificar a real necessidade de realizá-los. “Amilase salivar, teste de saliva ou até biópsia, dependendo do diagnóstico feito pelo especialista. O importante mesmo é não se submeter a métodos caseiros para tratamento sem um acompanhamento profissional”, destaca Dulce. Isso porque há muitos fatores que podem influenciar a qualidade e quantidade da saliva, mas tudo isso deve ser analisado por um especialista, que será o responsável por indicar o melhor tratamento para o caso.
De olho nas doenças salivares!
“As doenças salivares são muito complexas e exigem um exame clínico detalhado para que possam ser diagnosticadas e tratadas, já que elas podem ser tanto benignas quanto malignas”, alerta a estomatologista. Portanto, os cuidados do paciente devem ser pautados em orientações de profissionais especializados. O ideal é que seja feita uma avaliação inicial e, a partir disso, o especialista poderá realizar o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado em seguida.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Dulce Helena Cabelho Passarelli – Estomatologia, Patologia Bucal e Laserterapia
São Paulo, SP
CRO-SP: 35856