Ninguém gosta de descobrir que está com algum problema de saúde, e quando isso acontece bem na cavidade oral, o problema pode variar desde algo simples até algo mais grave, como o câncer de boca. O câncer, com a sua enorme versatilidade para se desenvolver nos mais diferentes órgãos, tem se tornado uma das mais temidas doenças dos últimos tempos. Entretanto, quando ele se forma na cavidade bucal, o especialista mais indicado para ajudá-lo a identificar o problema é o estomatologista. Por isso, o Sorrisologia conversou com o especialista no assunto, Daniel Cohen, para buscar melhores orientações a respeito da doença.
Lesão que não cicatriza é sinal de alerta
Por mais que o paciente não seja um expert em saúde bucal e não tenha aptidão para verificar o seu quadro clínico através do autoexame, é preciso estar atento a qualquer anormalidade. Lesões que não cicatrizam em um intervalo de 15 dias são sinal de alerta, de acordo com o especialista, e é extremamente necessário procurar um profissional de saúde para que seja feito um exame completo da boca. Só após a biópsia, o paciente poderá ser encaminhado a um médico especializado. “Pessoas com maior risco para desenvolver câncer de boca (fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas) devem ter cuidado redobrado e fazer visitas periódicas ao dentista.”, alerta.
Por que visitar um estomatologista?
De acordo com o especialista, essa recomendação é feita para que seja possível fazer o acompanhamento adequado da saúde bucal e possíveis lesões na cavidade oral, principalmente quando o paciente suspeita de que há algo de errado. “O leigo não sabe identificar as estruturas normais da cavidade bucal, portanto, a tentativa de realizar um autoexame nem sempre é eficaz”, justifica Daniel. Por isso, o profissional indica que a metodologia mais indicada para prevenir tanto o câncer de boca quanto lesões que podem evoluir para a doença é visitar periodicamente um cirurgião-dentista especialista em estomatologia.
Onde o câncer de boca costuma se desenvolver?
Segundo o profissional, a área mais comum é nas laterais e abaixo da língua, apesar de poder ocorrer em qualquer lugar na boca. “A parte posterior da língua, as amígdalas e o palato mole (céu da boca posterior) fazem parte da região chamada orofaringe e estes tumores têm comportamento diferente do câncer de cavidade oral tradicionalmente conhecido”, explica. O estomatologista também chama a atenção para tumores associados ao HPV, afirmando que este respondem melhor à quimioterapia e tendem a ser menos agressivos.
Diagnóstico tardio pode ser um problema
Na maioria dos casos, o diagnóstico acontece em uma fase avançada e isso tende a diminuir e muito as chances de cura, conforme o especialista indica. Além disso, as sequelas em decorrência do tratamento aumentam bastante também. Por isso é tão importante que a determinação do câncer de boca seja feita ainda no estágio inicial, pois dessa forma a cirurgia é menos agressiva, a radioterapia e a quimioterapia adjuvantes não se fazem tão necessários e a sobrevida do paciente se torna mais favorável.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Daniel Cohen Goldemberg – PhD. Estomatologia e Patologia Bucal
Rio de Janeiro – RJ
CRO-RJ: 29267