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Placa bacteriana: o que é, como se forma e tratamento

Placa bacteriana: o que é, como se forma e tratamento

A placa bacteriana pode ser o começo de muitos problemas bucais que podem acometer a nossa boca. Apesar de parecer inofensiva a princípio, ela pode se acumular na garganta, na língua, nos dentes e na gengiva, abrindo a possibilidade de doenças que irão afetar a sua saúde bucal. Para entender mais sobre o assunto, o Sorrisologia te explica tudo que você precisa saber, com o auxílio de vários especialistas da área.

1. O que são as placas bacterianas?

A placa bacteriana, também conhecida como biofilme dental, é uma película transparente e pegajosa que se forma sobre a superfície dentária. Ela é formada através do acúmulo de bactérias, restos alimentares e outros microorganismos que, devido a uma má higienização, se aderem ao dente. De acordo com o periodontista Clébio Ferreira Jr., todo mundo possui a placa bacteriana por conta de inúmeras bactérias que existem em nossa boca, mas o seu acúmulo pode trazer inúmeros problemas. “Após uma refeição, restos de alimentos tendem a ficar depositados sobre e entre os dentes. Neste momento começa uma interação entre as bactérias e os resíduos alimentares, daí a formação da placa bacteriana”, explica o profissional.

1.1 A que sinais ficar atento?

Aquela sensação rugosa nos dentes é o primeiro indício de placa bacteriana, mas segundo Cléber Ferreira Jr., nesse momento inicial não há outros sintomas que possam ser notados pelo paciente. Além do mais, o especialista também explica que o ambiente áspero é propício para o acúmulo de ainda mais placa bacteriana, fazendo com que a doença entre em um estado de progressão – ou seja, basicamente abrindo as portas para que novos problemas bucais se instalem. Com o passar dos dias, a placa pode acabar provocando outros efeitos, como sangramento na gengiva, inchaço, sensibilidade, vermelhidão e até mesmo mau hálito. Quando isso acontece, é preciso redobrar os cuidados com a higiene e ter mais atenção com a sua boca para evitar o surgimento de quadros mais graves, como a periodontite.

1.2 Quais as consequências de não tratá-las?

O problema da placa bacteriana não é exatamente ela em si, mas o que o seu acúmulo pode ocasionar na saúde bucal do paciente. “Quase todos os problemas bucais têm origem direta ou indireta na placa bacteriana”, afirma o dentista Sérgio Siqueira. Isso acontece porque a placa, quando não tratada, normalmente evolui para o tártaro, que por sua vez pode levar à gengivite e até mesmo a periodontite. É preciso ter muita atenção a esses quadros, porque conforme atenta o periodontista Clébio Ferreira, ossos e estruturas de suporte dos dentes podem ser comprometidas.

Além disso, o ortodontista e especialista em DTM Robson Caumo chama atenção para outra possível consequência: “Estudos mostram que as mesmas bactérias presentes na boca podem entrar pela corrente sanguínea. Chegando ao tecido cardíaco, leva a uma condição chamada “endocardite bacteriana”, condição grave que pode levar à morte”.

1.3 Prevenir é melhor do que remediar

É claro que você já ouviu esse famoso ditado popular, e ele não está nem um pouco errado, principalmente quando a questão é saúde. Por isso que, para ajudá-lo, separamos uma listinha com coisas básicas do dia a dia que podem te dar uma grande vantagem na hora de combater as placas bacterianas. Confira:

  1. Escove bem seus dentes: Por mais simples que pareça, a higiene bucal não deve ser feita de qualquer maneira e é um passo muito importante para ficar longe das placas e de outros transtornos. Além de seguir as orientações passadas pelo seu dentista, é fundamental que o processo se repita pelo menos três vezes ao dia, sempre após as principais refeições.

  2. Não esqueça de usar o fio dental: As escovas de dentes acompanhadas do creme dental são essenciais, mas uma outra ferramenta que não pode ser deixada de lado nessas horas é o fio dental. Só ele será capaz de remover os restos de alimentos que ficam grudados nos espaços entre os dentes, e onde a escova não consegue alcançar.
  3. Enxaguante bucal também pode ajudar: Além dos habituais itens de higiene como escova, pasta fluoretada e fio dental, um grande aliado é o enxaguante bucal. “Após escovar os dentes e usar o fio dental, um bom enxaguante ajuda na desinfecção bucal. Porém, vale ressaltar a importância da ação conjunta do fio, escovação e utilização do enxaguante. Sendo que um, não exclui os outros”, explica a odontologista Sílvia Murta.
  4. De olho na alimentação: Alguns tipos de alimentos – principalmente doces – acabam deixando mais resíduos nos dentes do que outros, o que acaba sendo uma verdadeira festa para os micro-organismos. Portanto, é fundamental lembrar da limpeza bucal após a ingestão desse tipo de comida, hein?
  5. Mantenha as visitas ao dentista em dia: A ajuda de um especialista pode ajudar e muito! Consultas periódicas devem ser feitas para que o seu dentista acompanhe como anda o estado da sua saúde bucal, o que certamente poderá te livrar de muitos problemas.

     

2. Conheça os reveladores de placa

Escovar os dentes e ficar com aquela dúvida se todas as sujeirinhas foram eliminadas mesmo é bem chato, né? Pois saiba que com o revelador de placa bacteriana isso deixa de ser um problema. Bastante eficiente, o apetrecho funciona semelhante a uma lanterna, indicando exatamente o local em que as placas ainda estão presentes na cavidade oral. O ortodontista Djalma Faria explica: “Ele serve para ‘colorir’ a placa bacteriana, já que ela é incolor e, assim, removê-la em sua totalidade durante a escovação”. Apesar de existirem tipos diferentes de reveladores, todos eles contém um corante chamado eritrosina. Este, por sua vez, é o responsável por evidenciar as placas que não foram removidas totalmente.

2.1 Tipos de reveladores de placa

Bem como foi dito, os reveladores de placa estão disponíveis em vários formatos:

  • pastilhas; 
  • líquidos;
  • e creme dental.

Cada um deles funciona de maneira diferente, mas todos têm o mesmo objetivo: indicar, com uma tonalidade rosa, o local que precisa da sua atenção na hora da higiene. Na hora de escolher o tipo de revelador ideal para você, é sempre bom marcar uma consulta com um especialista para tirar suas dúvidas e verificar se de fato a opção escolhida por você pode ser indicada para o seu caso. “Os modelos variam de acordo com a quantidade de placa apresentada e facilidade de aplicação por parte do paciente”, recomenda Djalma.

2.2 Como é feita a aplicação dos reveladores de placa?

Como os tipos são variados, cada um deles requer uma maneira específica de ser aplicado. Os reveladores em pastilha, por exemplo, devem ser mastigados e misturados com a saliva por cerca de 30 segundos. Após esse tempo, é só cuspir, que logo a coloração vai mudar. Os reveladores em forma de creme, por sua vez, devem ser espalhados com o auxílio de um cotonete na superfície dental até que ele mude de cor. Já a forma líquida se assemelha muito ao uso do enxaguante bucal: é preciso colocá-lo na boca, fazendo bochecho por 30 segundos, e depois a substância deve ser cuspida.

3. Entenda a diferença entre tártaro e placa bacteriana

Algumas pessoas têm a mania de confundir esses dois problemas, e não é por menos: um é a evolução do outro. Isto é, a placa bacteriana quando não é eliminada de forma adequada, endurece e se transforma em tártaro, também conhecido como cálculo dental. “O tártaro é o resultado da mineralização, que ocorre com a ação da saliva e da placa bacteriana que fica aderida às superfícies duras que estão dentro da cavidade oral”, esclarece Sérgio Siqueira. Conforme o tártaro vai se acumulando, ele pode resultar na inflamação gengival. Para evitar que isso aconteça, o ideal é que seja feita a remoção do cálculo através de uma limpeza profissional, chamada de tartarotomia. De acordo com Robson Caumo, nessa limpeza o cirurgião-dentista conta com o auxílio de curetas ou com ultrassom. Além disso, ele acrescenta: “Existem cremes dentais e enxaguantes que prometem impedir a formação do tártaro. Podem até ajudar, mas nada substitui uma perfeita higienização com escovas, creme dental com flúor e fio dental”.

4. Dente siso pode acumular mais placa

O famoso dente do juízo, além de ser bem chatinho antes, durante e após o seu nascimento na maioria das vezes, também traz um outro problema consigo: ele acumula mais placa bacteriana no local do que o normal. O periodontista Leonardo Costa explica porque isso acontece: “Como é o dente mais posterior da arcada, os pacientes têm mais dificuldade de realizar a higiene adequada, pois não conseguem enxergar adequadamente o dente”. Outro fator que também pode influenciar bastante nisso é o fato de que, em alguns casos o terceiro molar está inclinado ou não foi totalmente erupcionado, e isso pode dificultar ainda mais o processo de limpeza.

5. O problema também pode afetar as crianças

Engana-se quem pensa que só os adultos podem sofrer com a placa bacteriana! Na verdade, ela independe da idade do paciente, podendo acontecer desde a infância até a terceira idade. Mas como as crianças ainda não têm o hábito da higiene tão claro em sua mente, muitas vezes elas acabam fazendo a limpeza bucal de forma inadequada, o que pode favorecer e muito o surgimento das placas. “A principal maneira de evitar esse problema é através da orientação e da motivação correta para o uso do fio dental e da escovação”, alerta a cirurgiã-dentista Lilyan Dias. Por isso, é de extrema importância que os pais ou responsáveis sempre acompanhem o processo de escovação dos pequenos. Além do mais, o auxílio de um odontopediatra também pode ser de grande ajuda nessas horas.

6. Atenção aos pacientes com redução de saliva

Você já ouviu falar em xerostomia? O nome pode até parecer difícil, mas o significado é bem simples: esse quadro, na verdade, também é conhecido como a sensação de boca seca. Essa doença provoca uma diminuição na produção salivar e acaba se tornando uma condição bem frequente em pacientes da terceira idade, principalmente. O problema é que com essa redução de saliva, a nossa boca fica muito mais vulnerável aos problemas bucais, e as bactérias se aproveitam disso. Portanto, pacientes que acreditam possuir essa doença, vale marcar uma consulta com um profissional da área para receber as devidas orientações quanto a higiene bucal para que a saúde do seu sorriso não seja comprometida.

7. Placa pode aumentar durante a gravidez

A gravidez é um período bastante delicado. Os hormônios estão a flor da pele e o corpo feminino passa por várias mudanças para receber um novo ser humaninho. Algumas dessas mudanças, no entanto, acontecem justamente na cavidade oral da mulher. “Isso causa a proliferação dos vasos e do fluxo sanguíneos, provocando edema gengival (inchaço) e uma maior resposta inflamatória às bactérias presentes na boca”, comenta a cirurgiã-dentista Gabriella Fávaro. Além disso, a diminuição no pH salivar acaba por tornar a boca mais ácida, o que favorece o acúmulo de bactérias no local. Nessa fase, é importante cuidar ainda mais da saúde dos seus dentes para evitar o desenvolvimento das placas bacterianas e outras possíveis complicações.

Atualizada em 27/07/2022.

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