Você viajou com amigos e dividiram uma casa por alguns dias. Durante à noite, você acordou ouvindo um barulho estranho. Ao olhar para o lado percebeu que é o seu colega rangendo os dentes enquanto dorme. Ou no seu trabalho você já notou em si mesmo o hábito de apertar constantemente os dentes no decorrer do dia e manter a parte da boca tensionada. O nome dessas parafunções são, respectivamente, bruxismo e briquismo. Mas como esse problema age e afeta a gente? O cirurgião bucomaxilar Diego Limoeiro esclareceu essas questões.
Bruxismo x briquismo
O bruxismo noturno é um distúrbio do sono que tem como característica o ato involuntário de ranger ou apertar os dentes durante o sono. Já o briquismo nada mais é que o mesmo problema, só que enquanto a pessoa está acordada. Pode ser chamado também de bruxismo em vigília ou apertamento desperto.
As consequências do problema
As consequências podem ser as mesmas em ambos os casos, segundo o especialista. “Desgastes dentários, doença periodontal, DTM muscular, desordens articulares nas ATMs, alterações degenerativas nas articulações, dores de cabeça (cefaleias) são alguns dos problemas que podem surgir”. Isso significa que as parafunções podem trazer complicações sérias para o seu dia a dia. Procure imediatamente um cirurgião-dentista especializado se perceber alguns dos sintomas para que ele possa iniciar o tratamento adequado.
Fatores de risco
A gente sabe que estresse e ansiedade fazem mal à saúde mental, porém, na saúde bucal essas são as principais causas do briquismo. Já os fatores que podem provocar o bruxismo durante o sono são hereditariedade, idade, fumo, cafeína, bebidas alcoólicas, medicamentos que inibem a recaptação de serotonina (geralmente usados no tratamento da síndromes depressivas, transtornos de ansiedade e alguns tipos de transtorno de personalidade) e drogas ilícitas.
“Importante salientar que há uma lenda, de algumas pessoas mais idosas, que dizem que o bruxismo acontece em decorrência de infecções parasitárias intestinais, entretanto não houve suporte em estudos científicos”, aponta o cirurgião.
Como tratar?
“Como a causa é distinta, o tratamento também “, explica Diego. A melhor opção é evitar que as consequências do apertamento surjam e também a eliminação de possíveis fatores de risco. Ou seja, para o briquismo, o controle da ansiedade e o autocontrole de não ficar apertando os dentes são fundamentais, segundo o profissional. Já para o bruxismo do sono há a opção de placa estabilizadora e uso de toxina botulínica (botox) para reduzir a parafunção.
Dicas de prevenção
Diego listou algumas dicas para se prevenir desse problema. Lembre-se que no mínimo sinal de dores nos maxilares ou até mesmo alguma limitação funcional, consulte um cirurgião-dentista especializado.
Crianças: É importante saber que o bruxismo em crianças é mais comum do que em adultos. Atente-se especialmente para os pequenos que costumam ser mais ansiosos e com maiores responsabilidades.
Ansiedade: Como esse distúrbio está ligado à essa patologia, pessoas que possuem uma personalidade mais ansiosa estão sujeitas ao bruxismo desperto. Tente se soltar mais, além de fazer bem para a sua mente, você corre menos risco de ter um problema bucal.
Genética: “Até 50% de pacientes com bruxismo do sono têm um membro direto da família que rangeu seus dentes na infância”, afirma Daniel. Procurar saber se algum familiar já possui a doença no histórico é importante para ficar atento caso surjam sintomas.
Medicamentos: Checar as medicações que você toma é importante para avaliar se elas podem levar à um quadro de bruxismo.