As aftas são feridinhas que surgem na mucosa interna da boca e podem causar grandes incômodos. Atrapalham na hora de falar, comer, escovar os dentes… A boa notícia é que essa úlcera costuma sumir rapidamente. No entanto, caso passe mais de 10 dias e ela ainda esteja presente, fique atento! Isso pode ser sinal de problemas mais sérios. O estomatologista Daniel Cohen conversou com o Sorrisologia e explicou o que deve ser feito nesses casos.
O que é afta?
O dentista diz que a úlcera aftosa é uma reação imunológica que leva à destruição da barreira mucosa. “Podemos entender, portanto, como uma desregulação do nosso sistema imune, que muitos pesquisadores já tentaram descrever como uma reação exagerada a algum antígeno oral”, esclarece o profissional. A maioria dos casos de estomatite aftosa costuma apresentar histórico familiar relevante.
Daniel também explica que, a princípio, podem ser usados corticóides tópicos, já nos casos mais graves, bochechos de corticoides mais potentes como betametasona ou mesmo injeção de corticoide dentro da lesão podem ser necessários.
Se a afta não sumir de 7 a 10 dias, o que preciso fazer?
Segundo Daniel, este tempo de evolução de 7 a 10 dias é bastante comum para quadros de estomatite aftosa recorrente. “Qualquer lesão que não cicatrize de 10 dias a duas semanas deve ser investigada”, alerta o dentista. Portanto, caso a afta ultrapasse esse limite e não desapareça, é importante procurar um profissional especializado para diagnosticar e tratar esse quadro. “Apenas o estomatologista terá a capacidade técnica e científica de conduzir o caso adequadamente, especialmente em termos de definição de diagnóstico”, diz ele.
Aftas que não cicatrizam são porta de entrada para infecções
Nesses casos, pode se tratar de uma úlcera aftosa maior, por exemplo. “Ela pode levar até meses para cicatrizar, caso não seja medicada”, afirma ele. Por outro lado, pode se tratar também de outro quadro, diferente da afta, como um carcinoma epidermoide, que é o tipo mais comum de câncer de boca. Por isso é importante procurar um especialista, pois apenas uma biópsia dará essa resposta.
“Mesmo que se enquadre no diagnóstico de úlcera aftosa, uma lesão ulcerada em cavidade bucal por semanas se enquadra no contexto de uma porta de entrada para infecções secundárias”, alerta ele. Cada caso deve ser avaliado criteriosamente por um estomatologista, que irá cuidar do diagnóstico e receitar o melhor tratamento possível.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Daniel Cohen Goldemberg – PhD. Estomatologia e Patologia Bucal
Rio de Janeiro – RJ
CRO-RJ: 29267