A partir do momento em que a futura mamãe descobre carregar um neném dentro de sua barriga, ele se torna seu bem mais precioso. Daí em diante, é perfeitamente normal que todas as decisões a serem tomadas levem o bebê em consideração. Quando o assunto é tão delicado como uma cirurgia, por exemplo, é importante esclarecer o que o procedimento significa tanto para a gestante quanto para o seu filho. Pensando nisso, conversamos com a dentista Rhianna Barreto para entender quais são os riscos e como deve funcionar o tratamento odontológico nesses casos.
Mesmo precisando de alguns ajustes, o atendimento ainda é possível
Antes de falar sobre perigos, é importante esclarecer: quase todos os procedimentos odontológicos podem ser realizados em mulheres grávidas. O que muda, segundo a especialista, são alguns cuidados específicos. “Aconselham-se consultas e procedimentos curtos, de preferência no meio da manhã, pois os enjoos são menos frequentes neste horário e há menor risco de hipoglicemia”, explica. Tudo em nome do bem-estar das pacientes.
A cirurgia nem sempre é a opção mais arriscada
O maior risco quanto à cirurgias no período da gestação, segundo Rhianna, é o receio desmedido. Segundo ela, o mais importante é entender quais são as necessidades do caso. “As consequências da dor e da infecção são muito mais prejudiciais à mãe e ao feto do que aquelas decorrentes do tratamento odontológico. Esperar até o nascimento do bebê pode ocasionar um dano maior em função do alastramento da doença”.
A dentista ainda reforça que medidas de prevenção deverão ser sempre priorizadas pelo profissional. Ainda assim, se a intervenção cirúrgica for indispensável, ela deve ser realizada. “Doenças da cavidade bucal podem ter influências negativas sobre a gestação, principalmente quando a nutrição fica comprometida e há contribuição para a infecção, como é o caso de complicações nos sisos e raízes residuais, que necessitam de extração”.
Entenda qual é o período mais seguro para o tratamento
Você provavelmente já ouviu falar que algumas etapas da gravidez são mais delicadas, e é verdade. De acordo com Rhianna, a primeira fase é a mais crítica para o atendimento odontológico. “Nos três primeiros meses o índice de aborto espontâneo é de aproximadamente 20%, justamente pela vulnerabilidade do bebê”, explica. Já o segundo trimestre, por outro lado, pode ser considerado a melhor época pois, neste período, o feto já está desenvolvido. Nos três meses finais, no entanto, as consultas podem gerar desconfortos, como a falta de ar, por exemplo.
Mesmo assim, se o caso for urgente, ele devem ser solucionado em qualquer época da gravidez e o profissional capacitado saberá como proceder. “Sendo necessário, deve-se falar com o médico da gestante para obter informações complementares sobre seu o estado geral de saúde”, ressalta. Dessa forma, a segurança de todos os envolvidos será prezada e as chances de qualquer complicação serão reduzidas.