Ela pode chegar a 10 centímetros de comprimento e é o músculo mais forte do corpo humano. Você pode ficar surpreso, mas a língua tem grande importância para a saúde bucal e é a parte mais relevante do sistema fonatório. E sabemos que uma língua saudável tem aquela aparência rosada. Por isso, se você começar a notar algumas camadas esbranquiçadas, pode ser sinal de um distúrbio chamado língua geográfica. O nome soa curioso, mas tem um motivo para isso. O Sorrisologia junto com estomatologista bucal Daniel Cohen te contam agora.
Saiba mais sobre a língua geográfica
Segundo o especialista, conhecida cientificamente como glossite migratória benigna ou glossite areata esfoliativa, o quadro se caracteriza por uma doença bucal que pode afetar 1 a 2% da população, em geral os adultos. A nomenclatura de língua geográfica surgiu por ela ser o órgão mais afetado pela estomatite migratória benigna, processo inflamatório que acomete a cavidade oral. “O seu padrão clínico lembra muito uma demarcação cartográfica, onde estes mapas estariam em plena evolução e alterando com o tempo”.
Ela é caracterizada por várias lesões na boca, geralmente na língua, mas que também pode aparecer em outras regiões da cavidade bucal (considerado um quadro mais raro). “As lesões costumam ser envolvidas por um arco esbranquiçado e, em até 25% dos casos, está associada a língua fissurada, bem na parte de cima”.
Como esse distúrbio pode aparecer?
Geralmente está relacionado ao quadro hereditário de desenvolver manifestações alérgicas, como rinites, asma e urticária, por exemplo. Quem tem doenças dermatológicas como a psoríase, também pode vir a ter língua geográfica. “A glossite migratória benigna não oferece qualquer risco à saúde do paciente e não apresenta possibilidade de prejudicar sua qualidade de vida, desde que os quadros de manifestação mais severos sejam devidamente tratados pelo especialista”.
As principais recomendações
A principal queixa dos pacientes que têm língua geográfica é com relação a dificuldade de se alimentar em quadros mais agudos. Muitas vezes acabam afetando até mesmo a fala. Para fugir desses incômodos, o ideal é evitar alimentos cítricos ou muito ácidos durante os quadros mais intensos. “Isso ajuda a minimizar os sintomas e facilita a continuidade da rotina alimentar normal do paciente”. Daniel conta que em alguns casos é necessária a utilização de anestésicos tópicos ou medicamentos anti-inflamatórios. “É de fundamental importância que o paciente procure um especialista, para ter a certeza de que o quadro se enquadra como estomatite migratória benigna e excluir outras patologias mais graves”.