Ele só precisa de alguns segundos de contato entre uma pessoa e outra para ser transmitido. O vírus do herpes de boca, também conhecido como HSV-1, assusta muita gente só pelo nome, mas não é à toa. Depois do contágio, o portador vai levar a doença pelo resto da vida e precisa aprender a lidar com as fases de evolução. Para conviver com a doença e entender como o herpes simples bucal pode se manifestar, convidamos a dermatologista Sylvia Cysneiro. Veja como fica o antes e depois dessas lesões.
As fases do herpes na boca
Clinicamente, o herpes bucal passa por algumas fases de evolução da manifestação do vírus. Conhecer cada um deles permite que o paciente tome as precauções necessárias a tempo. Tudo começa com uma ardência discreta e sensibilidade no local que as lesões vão se formar. Em cerca de 24 horas, surgem as primeiras manchas avermelhadas e doloridas. Após essa fase, as lesões evoluem para vesículas, pequenas bolhas agrupadas, que em cerca de quatro dias se rompem, deixando pequenas crostas que podem durar duas semanas. Após este período, os machucados clínicos desaparecem e o vírus entra em estado de latência.
Isso significa que, mesmo sendo realizado o tratamento correto, o vírus não é eliminado. “O indivíduo fica sem produzir nenhum sinal ou sintoma até que ocorra alguma alteração capaz de ativá-lo novamente, como queda de imunidade, estresse, exposição prolongada ao sol, infecções ou trauma local”. Daí, as lesões voltam a aparecer, geralmente no mesmo local, e inicia-se um novo ciclo.
Como o herpes pode ser transmitido?
Sylvia revela que o vírus do herpes labial pode ser transmitido por contato direto com as lesões, pela saliva, parto e aleitamento. “O contato com as lesões de pele é a forma mais comum de contágio, mas existe um risco de, aproximadamente, 9% do vírus ser transmitido pela saliva, sem que o portador tenha qualquer manifestação clínica da doença no momento da transmissão”.
O melhor tratamento é aquele indicado pelo especialista
Não adianta colocar aquela pomada que você tem em casa ou um creme que seu melhor amigo te indicou. A profissional ressalta que o dermatologista deve ser sempre consultado para determinar o melhor plano terapêutico para cada caso. “O tratamento é feito através de medicação antiviral oral ou tópica a critério do médico, que pode ser prolongada além do tempo de permanência das lesões para tentar minimizar a frequência das recidivas”.
Conviva com o herpes fugindo das crises
Você consegue levar uma vida normal tendo herpes na boca. Basta tomar alguns cuidados para que as crises não venham à tona. Sylvia indica formas de manter o vírus adormecido, como evitar a exposição de temperaturas extremas, tanto frio, quanto calor, pois há tendência de recorrência das lesões. “Prestar atenção aos pródromos, que são os sinais que costumam surgir antes das lesões, como ardência e formigamento no local. Se o tratamento for iniciado ainda nesta fase há chances de não chegar a desenvolver as lesões”. Evitar o contato direto das bolinhas com outras pessoas também é uma forma de evitar que o vírus se espalhe por aí.