Você precisou colocar implante depois que perdeu um dente. Viu que era a melhor escolha devido a rápida adaptação e conforto ao morder uma fruta ou fazer a higiene bucal. Até porque, todo o trabalho de prevenção precisa ser mantido e reforçado. Entretanto, colocar implantes não quer dizer que você está livre de todas as doenças bacterianas que podem atingir o universo bucal. Os especialistas Sérgio Siqueira e Suzana Pimentel explicam como essas doenças acontecem e por que é importante manter os cuidados no sorriso implantado.
Implante e doenças bacterianas
A gente sabe que existem muitas bactérias bucais soltas e se a higiene bucal não for feita diariamente, elas podem causar o acúmulo de placa bacteriana. Existem três doenças que refletem no acervo desses micro-organismos: a cárie, gengivite e periodontite. Mas quando falamos de implantes é importante saber que nem todas atingem o dente implantado.
“A cárie dental, por exemplo, só pode acontecer nos dentes que possuem esmalte e dentina. Como a prótese sobre o implante é feita de cerâmica ou resina ela não vai acontecer”, explicam. Já a gengivite e a periodontite ocorre ao redor dos dentes. “Quando temos implantes acontecem doenças muito semelhantes, porém com outro nome, chamadas de mucosite e peri-implantite”.
Como estes problemas ocorrem?
Os profissionais afirmam que essas doenças acontecem quando não se tem um correto controle do biofilme bacteriano ao redor dos implantes e das próteses. “As bactérias agridem os tecidos ao redor, causando inicialmente uma inflamação na mucosa (mucosite) e algumas vezes este problema pode progredir e se estender para o osso que sustenta o implante (peri-implantite)”.
Muitas pesquisas mostram uma grande ocorrência dessas complicações nos implantes e, se esta infecção não for controlada, pode-se vir a perder um dente novamente. “Estudos indicam ainda que pacientes que previamente tinham periodontite têm uma chance muito maior de ter mucosite e peri-implantite”, atentam. Muitas vezes vem daí o histórico da colocação do implante.
Como fugir dessas doenças?
É possível evitar o surgimento da mucosite e peri-implantite fazendo o correto controle de placa bacteriana. “Voltar ao consultório (dentro do período recomendado a cada caso) para monitorar e reavaliar os implantes”. Algumas das questões observadas nessa consulta é a maneira como as próteses estão sendo limpas, se existe um desconforto no local ou se há presença de sangramento. O profissional ainda pode solicitar exames de imagem como o Raio-X. “Todo esse procedimento ajuda, e muito, a detectar lesões iniciais de fácil tratamento e previsibilidade”.
A doença já está instalada? Tem tratamento!
Se a prevenção for realizada tarde demais, existe o tratamento para estágios mais graves da doença. “Nos casos mais severos de peri-implantite são indicadas cirurgias para descontaminar a superfície do implante e recuperar o osso perdido”. O implante dentário é a solução para muitas pessoas que perderam um ou mais dentes e têm vergonha de mostrar o sorriso. O procedimento que envolve a colocação do parafuso de titânio (implante) e a prótese (dente) é a melhor opção para quem deseja manter uma vida saudável e com bem-estar. Cuide bem dele.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Sérgio Siqueira Júnior – Especialista Periodontia e Implantologia
São Paulo – SP
CRO-SP: 50346