Ninguém merece sofrer de mau hálito, né? Apesar de ainda ser um tabu, todos já passamos por alguma situação que envolva o cheiro nada agradável na boca. De fato, é desconfortável conversar com alguém que tenha mau hálito. Ou talvez quem tenha o problema é você e isso te causa constrangimento perto de amigos e familiares. A verdade é que além de ser uma questão de saúde, o mau hálito traz consequências sérias que afetam diretamente o convívio social das pessoas. Convidamos o especialista em Halitose Maurício Duarte da Conceição para explicar como o mau odor prejudica o dia a dia de uma pessoa.
O que muda para quem sofre com o mau hálito
Não é apenas pelo cheiro desagradável que a halitose atrapalha na vida de quem tem esse problema. Segundo Maurício, mesmo que alguém não tenha uma halitose forte ou constante, a tendência é a pessoa desenvolver uma forte convicção de que possui mau hálito e que este é facilmente percebido pelos outros. Só no Brasil cerca de 30% da população sofre com esse sintoma, de acordo com a Associação Brasileira de Halitose (ABHA).
“Decorrente desta convicção a pessoa desenvolve uma série de mudanças de comportamento, pensamentos e sentimentos em seu dia a dia”, afirma. E as consequências que esse modo de ver o problema trazem podem até parecer bobas em um primeiro momento, como passar a evitar falar de perto, falar menos ou fazer a higiene bucal várias vezes ao dia.
Entretanto, isso tudo pode afetar bastante a vida do paciente. O especialista destaca que é comum surgir pensamentos de que a halitose afasta os amigos, por exemplo. A baixa autoestima pode consumir a pessoa a ponto de fazer com que ela deixe de ir a compromissos, se relacione ou pare de estudar, namorar e, em casos mais graves, até sair de casa.
Mudanças no convívio social
Além da pessoa deixar de fazer coisas simples no dia a dia, ela acaba interpretando de forma equivocada os gestos normais dos outros. De acordo com Maurício, se outra pessoa passa a mão no nariz ou oferece uma bala, o paciente vê isso como expressões de repugnância ao seu hálito. “Todos esses fatores afetam muito a qualidade de vida de quem tem essa queixa. Por isso é essencial que o profissional tenha preparo para tratar não só o hálito, mas também a segurança dos pacientes”.
Tratamento além do hálito
Aí que está a importância do tratamento de halitose se preocupar não só em resolver a questão do hálito, mas também a parte psicológica do paciente. “Dessa forma, os objetivos do tratamento devem ser devolver ao paciente um hálito agradável e também a sua segurança e uma boa autoestima, para que ele possa ter um convívio profissional, social e afetivo satisfatórios”.